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domingo, 22 de dezembro de 2024
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Opinião

Em meio à inflação, novo aumento para planos de saúde é absurdo

O IBGE informa que cerca de 150 milhões de pessoas dependem do Sistema Único de Saúde (SUS)

Postado em 10 de junho de 2022 por Redação

Antonio Tuccilio

As autoridades reguladoras dão mais um exemplo de que pouco se importam com o bem-estar da população brasileira, especialmente quando se trata do acesso a um direito básico: a saúde. Não me espanta muito, considerando as atitudes que presenciamos nos últimos meses em relação ao aumento de preços dos planos de saúde. 

O IBGE informa que cerca de 150 milhões de pessoas dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). Agora esse número deve aumentar, pois o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou o rol taxativo dos planos de saúde. Com essa medida, os planos não devem cobrir procedimentos fora da lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e entende-se que a lista da agência contém todos os pontos de cobertura obrigatória.  Porém, a decisão abre exceções para tratamentos experimentais ou quando não houver possibilidade de substituição.

Isso significa que os planos de saúde poderão negar a realização de atendimentos. Milhares de pessoas dependem dos planos de saúde para realizar seus tratamentos. É um absurdo!

Mas não para por aí. Recentemente, a ANS aprovou o maior reajuste de planos de saúde individuais e familiares desde o início da série histórica, iniciada em 2000. O percentual aprovado: 15,5%. O aumento é válido para todos os planos contratados a partir de janeiro de 1999 ou que foram adaptados à nova legislação.

Esse caso é sintomático. Afinal, estamos vivenciando novamente um período de inflação elevada, além disso, ainda estamos em pandemia e há milhares de pessoas que dependem de tratamentos específicos para tratar sequelas da Covid-19, só disponíveis na rede particular. Não bastasse isso, grande parte da população enfrenta dificuldades financeiras devido à perda de renda e desemprego.

A questão é grave, mas não vejo nenhum governante ou político levantar a voz contra esse absurdo. Claro, eles não têm o problema de renda que nós, cidadãos normais, temos.

Antonio Tuccilio é presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP)

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