Apoiador de Vitor Hugo ao governo, Vanderlan diz que não traiu Caiado
Delegado Waldir disse, na segunda, que o senador traiu o governador ao declarar apoio a pré-candidatura de major Vitor Hugo
O senador Vanderlan Cardoso (PSD) rebateu as acusações de trair o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). “Escolheu seu pré-candidato a vice sem ouvir aliados”, tem dito em entrevistas diversas.
Vale lembrar, o deputado federal e pré-candidato ao Senado, delegado Waldir Soares (União Brasil), disse ao jornal que Vanderlan traiu o mandatário de Goiás ao apoiar a pré-candidatura de major Vitor Hugo (PL) ao governo de Goiás. Ele lembrou que Caiado ficou contra o então candidato a prefeito Maguito Vilela (MDB) para endossar Vanderlan na disputa. Hoje, o filho de Maguito, Daniel Vilela (presidente estadual do MDB), é pré-candidato a vice na chapa do governador.
O Jornal O Hoje tentou falar com Vanderlan Sobre o assunto, mas ele preferiu não comentar especificamente sobre o caso de Waldir. A acusação de traição, contudo, não ocorreu pela primeira vez nessa semana e o senador já tem falado sobre isso em outros momentos.
Em entrevistas recentes, Vanderlan explica que, em 2020, fez um compromisso de apoio a Caiado. O acordo, segundo o congressista, era para que eles construíssem um projeto juntos para 2022, mas o governador descumpriu o combinado. “O plano não foi seguido pelo senhor governador, que escolheu seu pré-candidato a vice sem ouvir seus aliados”, já justificou em outro momento.
Ele declarou, ainda, que só vai onde é chamado e só quer estar onde é necessário. Para ele, o governador não demonstrou essa necessidade em nenhum momento, apesar da parceria no Senado com o Governo do Estado, “sobretudo na aprovação do Regime de Recuperação Fiscal”.
Vanderlan e o PSD
O senador é filiado ao PSD, partido da base de Caiado e que tem como pré-candidato ao Senado Lissauer Vieira, presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Vanderlan, contudo, foi um dos articuladores para a escolha de Vitor Hugo como pré-candidato ao governador de Goiás pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) – ele e o líder do Executivo federal são próximos.
Além de Ronaldo Caiado e major Vitor Hugo, Goiás tem como pré-candidatos ao governo: Gustavo Mendanha (Patriota), Wolmir Amado (PT), Cíntia Dias (PSOL), Helga Martins (PCB) e Edigar Diniz (Novo). O ex-governador Marconi Perillo é uma possibilidade. Ele, contudo, faz mistério sobre a possibilidade de entrar na corrida pelo Palácio das Esmeraldas ou pelo Senado.
Suspensão da licença
O senador Vanderlan Cardoso suspendeu a licença de 45 dias que tirou por interesses particulares em 25 de maio para retornar ao Senado e votar o projeto de lei complementar (PLP) 18/2022. Conhecido como PL dos Combustíveis, ele cria um teto de 17% de ICMS sobre combustíveis, energia e telecomunicações.
Em nota da assessoria do parlamentar, Vanderlan afirma que o PLP “é o único caminho, no momento, para uma solução da redução do preço do combustível na bomba ao consumidor”.
Ele cita que, desde o começo do mandato, em 2019, alerta para a necessidade dessa redução. De acordo com ele, com o projeto será a “primeira vez que todos darão sua contribuição: União, Estados e Municípios”.
Segundo Vanderlan, a preocupação dele era com uma compensação aos Estados e Municípios. Entretanto, ele cita que o governo federal já sinalizou essa solução, com uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de transferência de recursos a esses entes, além de zerar o PIS e Cofins do diesel e do gás.
Destaca-se que a licença por interesses particulares não é remunerada. Ele retornará a ela após a votação do PL dos Combustíveis. A suspensão dura até a próxima quarta-feira (15).