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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Crescimento

O empreendedorismo feminino no Brasil e a representatividade da mulher no mercado de trabalho

No Brasil, segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), 30 milhões de mulheres já empreendem.

Postado em 3 de julho de 2022 por Mariana Fernandes

Uma iniciativa idealizada pelas Nações Unidas em parceria com várias instituições globais, incentiva mulheres de todo o mundo a comandarem seus próprios negócios. No Brasil, segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), 30 milhões de mulheres já empreendem. Esse número equivale a quase metade do mercado empreendedor (48,7%) e só em 2020, com o início da pandemia, já cresceu 40%, conforme dados da Rede Mulher Empreendedora, que atende mais de 500 mil mulheres cadastradas.

A pesquisa também levantou que mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia devido a COVID-19, o empreendedorismo feminino dobrou no último ano. O aumento se deu principalmente em áreas como alimentação, beleza, moda e estética, entre mulheres de 22 a 35 anos.

“Esses dados apontam para um crucial avanço da mulher como protagonista de suas histórias e de seus próprios negócios. Porém, é muito importante olhar mais atentamente ao que está por trás disso, justamente para construirmos um futuro melhor para a força feminina empreendedora no Brasil’’, pontuou à vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo e gestora da FAAP Business HUB  . 

Para o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em 2019, 9,3 milhões de mulheres já eram empreendedoras, o que representava 34% dos donos de empresas. Já a consultoria Global Enterpreneurship Monitor vai além. De acordo com estudo referente ao ano passado, 24 milhões de mulheres já são donas dos seus negócios.

O aumento expressivo no número de empreendedoras também se deu por conta, da necessidade. Em um momento de crise e isolamento social devido a pandemia da Covid-19, algumas mulheres acabaram perdendo seus postos profissionais e tiveram que procurar uma nova fonte de renda.

Para aquelas que já possuíam um emprego fixo, empreender foi a melhor forma de adquirir uma renda extra. Um exemplo, foi a nutricionista Agny Mororeira de 32 anos, que utilizou o momento de pandemia para empreender. Com a redução de consultas no consultório de nutrição, e a saída de seu outro emprego, a nutricionista que anteriormente já havia trabalhado com joias e semi joias, viu no mercado uma nova oportunidade de alavancar o seu negócio.

‘’Eu já havia trabalhado com joias anteriormente, mas com a saída do meu outro emprego, decidi abrir a loja, principalmente para ter uma renda extra. Comecei vendendo para minhas amigas do consultório e logo fui adquirindo clientes. Hoje não me arrependo de ter empreendido, mais confesso que começar na pandemia, foi um momento desafiador’’.

Representatividade

Apesar do papel das mulheres na sociedade ser de extrema importância, há preconceitos que ainda surgem ao se tratar de assumir responsabilidades e de se destacar no mercado.

A luta por visibilidade, oportunidade e inclusão vem sendo marcante, para mulheres empreendedoras em áreas como engenharia, mecânica e construção. O maior desafio para as profissionais, é quebrar o preconceito contra seu envolvimento em cargos de liderança.

Nanci Walter, Engenheira Ambiental e Presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) do Rio Grande do Sul, relata que estar neste cargo é uma conquista, mas, acima de tudo, é um ato representativo.  

“Numa profissão onde a presença dos homens é predominante, ser mulher é um desafio diário. Ser a primeira mulher a presidir um conselho regional é ainda maior”, pontua.  

A Engenheira de Transportes formada pela UFG, Danielle Souza de Almeida de 25 anos, também relata que o primeiro desafio além de ser mulher na engenharia, é cursar um curso totalmente novo no Brasil. ‘’Já na graduação percebi que o número de mulheres era reduzido, primeiro que as mulheres não enxergavam essa possibilidade. Me lembro que um professor me convidou para participar de um projeto que se chamava ‘’Meninas na Ciência’’, para que assim mais meninas se identificassem com a profissão’’.

E completou ‘’Agora sobre o mercado de trabalho, eu fui a primeira mulher a ser contratada, mas depois de cinco anos de empresa, ainda me sinto testada sobre minha capacidade técnica e minha competência’’. ‘‘O mercado melhorou, mas ainda é muito dominado por homens. Ao fazer uma entrevista de estágio, ouvi que meu perfil era bom, mas não se encaixava no que a empresa precisava (visto que a empresa estava precisando no momento de perfis masculinos), completou Beatriz de Oliveira Lelés de 23 anos, também engenheira.

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