Mesmo com elevação da taxa Selic, setor imobiliário cresce no Brasil
Essa foi a 11ª alta, com sinalizações de que outro aumento deve ocorrer no mês de agosto deste ano
Com a elevação de 0,5% da taxa básica de juros (Selic), que passou de 12,75% para 13,25%, o cenário ficou ainda mais desafiador para aqueles que pretendem comprar imóvel residencial através do financiamento imobiliário. Essa foi a 11ª alta consecutiva e há sinalizações de que outro aumento deve ocorrer no mês de agosto.
O Banco Central eleva a taxa de juros como uma medida de controle contra a inflação. Sendo assim, ela varia conforme o comportamento da inflação. Se ela tende a aumentar, a taxa Selic também irá crescer e também as demais taxas de juros. A Selic é a taxa básica de juros, ou seja, é uma base para a formação dos demais índices no mercado.
Dessa forma, ela influencia diretamente o financiamento imobiliário, assim como outras formas de empréstimo. Entretanto, mesmo diante do mercado instável, o imóvel ainda é destaque no setor econômico. Segundo dados divulgados na primeira quinzena de junho da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), embora a alta da Selic, a venda de imóveis no País segue em crescimento.
Para o presidente da Abrainc, Luiz França, o brasileiro ainda busca a casa própria. “O mercado imobiliário se mantém como um dos protagonistas no processo de recuperação da economia brasileira. O brasileiro vê a compra do imóvel como uma forma de proteger parte do patrimônio da alta inflacionária, assim como obter ganhos reais no longo prazo.”
Apesar de um cenário aparentemente negativo, o financiamento imobiliário não deve sofrer tanto impacto com o aumento da Selic. Também vale a pena lembrar que imóveis trazem boa rentabilidade e segurança a médio e longo prazos.
Por exemplo, em janeiro deste ano, mesmo com o crescimento da taxa básica de juros, a Caixa Econômica registrou recorde de crédito imobiliário com a concessão de R$ 11,6 bilhões com recursos próprios. A cifra é o dobro da registrada no mesmo período do ano passado.
“Os empreendimentos atraem cada vez mais compradores e investidores, que veem maior vantagem nesses investimentos em relação às aplicações financeiras tradicionais: pesquisa recente de Intenção de Compra indica que 34% dos entrevistados têm a intenção de comprar imóveis nos próximos 12 meses”, reforça Luiz França.
Mercado imobiliário em Goiânia
Goiânia é uma das capitais brasileiras mais populosas do Brasil, sendo considerada a sétima melhor cidade para investir em imóveis. A cidade encerrou o ano de 2021 com o maior volume dos últimos 10 anos. Em Volume Geral de Vendas (VGV), o valor chegou a R $5,8 bilhões comparado aos R $2,8 bilhões do ano anterior, resultando em uma alta de 102%.
De acordo com dados do presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Fernando Coe Razuk, o número de distratos relativos à compra de imóveis na planta em Goiás saltou da média de 10% em 2021 para 15% nos primeiros quatro meses deste ano, mantendo-se ainda na zona de conforto.
Com base nos números levantados pelo mercado imobiliário da região, 2021 foi o sexto ano consecutivo de crescimento de vendas de imóveis na capital goiana e 2022 não deve ser diferente. Em janeiro deste ano, por exemplo, foram vendidas cerca de 1.042 unidades que estavam à venda, ou seja, 45% a mais que no mesmo período do ano passado.
O consumidor ainda tem ao seu lado a garantia de que, caso futuramente encontre um banco com taxas menores, pode fazer a portabilidade do financiamento imobiliário. “Importante lembrar que o crédito imobiliário é proveniente do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), ou seja, a captação do recurso pelos bancos é por meio da caderneta de poupança, o que proporciona a eles a possibilidade de financiar com crédito barato, mesmo em momentos de Selic alta”, ressalta o presidente da Abrainc.
“Enquanto a taxa Selic saltou de 2% para mais de 13% ao ano, os juros do financiamento imobiliário de apartamentos de médio e alto padrão passou de algo em torno de 7% para 9% ao ano. Ou seja, os juros continuam baratos e com tendência de caírem a médio e longo prazos”, completa.