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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
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Opinião

Advocacia e a construção de uma sociedade mais justa

Ao longo de centenas de anos , não se mensura a importância do exercício da advocacia para a construção de uma sociedade

Postado em 10 de agosto de 2022 por Redação

Helano Márcio Vieira Rangel

No antigo estado francês da Bretanha, na Alta Idade Média, viveu um aluno de São Tomás de Aquino que foi alçado à santidade pela pureza e destemor de seus atos em defesa dos desfavorecidos. É dele a célebre frase “Jura-me que tua causa é justa e eu a defenderei gratuitamente”. Ele, no mais puro exemplo de amor cristão, inaugurou um serviço de assistência judiciária gratuita que anos mais tarde viria a inspirar a atual instituição da Defensoria Pública. Seu nome é conhecido como Santo Ivo, padroeiro dos advogados.

Ao longo de centenas de anos até o presente século, não se mensura a importância do exercício da advocacia para a construção de uma sociedade mais justa, livre e solidária. Não por menos, o advogado é essencial à administração da Justiça, exercendo múnus público de impreterível função social. Tal se deve ao fato de que o seu acesso à justiça é condição básica para a dignidade da pessoa humana. 

Nossa missão é não apenas a de defender a boa causa, mas atuar com altivez e sensibilidade para pacificar o conflito social e garantir a plena consecução da Justiça. Como diria argutamente Ruy Barbosa, é mais que uma profissão, é de uma dignidade quase sacerdotal. E, assim sendo, deve mostrar a sua dignidade em cada ato, desde a empatia pelo sofrimento do cliente até o zelo, ética e transparência na condução da causa, passando pelo não aviltamento de honorários.

A verdadeira advocacia não é o comportamento arrogante e distante típico dos inseguros, antes é o engajamento ético e zeloso com a causa e a pureza de propósitos em relação ao cliente. É conectar-se com a sua angústia em paradigma de horizontalidade e sensibilidade. Feliz é o verso solto do poeta e advogado Quintino Cunha quando registrou: “Na história da teimosia, entre a rudeza e a arrogância, é tão forte a ignorância, tão cruenta, tão mendaz, que a própria Sabedoria; de tudo, sabendo tanto, não pôde saber de quanto, o ignorante é capaz”.

Neste dia 11 de agosto, Dia do Advogado, que toda a classe reflita sobre a nobreza da mais bela das profissões e que sejamos dignos de nosso status pela promoção irrestrita do Estado democrático de Direito e dos direitos fundamentais.
Helano Márcio Vieira Rangel é advogado e professor universitário

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