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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Julgamento

Justiça Militar absolve PM que pisou em pescoço de comerciante negra em São Paulo

Em julho de 2020, o policial militar João Servato, apareceu em um vídeo pisando no pescoço de uma mulher negra de 51 anos para imobilizá-la durante uma abordagem

Postado em 24 de agosto de 2022 por Ícaro Gonçalves

Na última terça-feira (23/8), a Justiça Militar de São Paulo absolveu o policial militar João Paulo Servato, filmado enquanto pisava no pescoço de uma comerciante negra durante abordagem em Parelheiros. O caso ocorreu no dia 30 de maio, mas ganhou visibilidade em julho.

O julgamento teve dois votos condenatórios e três votos favoráveis à absolvição. O Ministério Público vai recorrer da decisão.

Para a defesa do policial, o resultado do julgamento foi um recado em defesa da atuação dos policiais. “Foi um caso emblemático para quebrar paradigmas na atuação da Polícia Militar. Para mim, a Justiça deu um recado: ‘não parta para cima de um policial militar, não o ataque e não o agrida, ele representa o Estado'”, declarou advogado de defesa João Carlos Campanini.

Relembre: PM pisa no pescoço de comerciante, em São Paulo

Em julho de 2020, o policial militar João Servato, apareceu em um vídeo pisando no pescoço de uma mulher negra de 51 anos para imobilizá-la durante uma abordagem. Ele foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por abuso de autoridade.

Na tarde do dia 30 de maio, a mulher tentou intervir em uma briga que ocorria na mesma rua em que possui estabelecimento comercial. Segundo a vítima, ela percebeu que um homem estava sendo agredido pela polícia, quando saiu para defendê-lo. Foi então que a mulher foi imobilizada pelo policial militar.

“Ele me deu uma rasteira, quebrei a tíbia, ele me jogou no chão, pisou no meu pescoço, meu rosto ficou todo machucado e me ele me arrastou de uma calçada a outra”, contou. “Só pensava que eles iam me matar”, disse.

Segundo o boletim de ocorrência, os policiais relataram que a mulher teria se utilizado de uma barra de ferro para agredi-los. De acordo com a versão da polícia, os agentes teriam conseguido tomar a barra e tentado conter os outros homens.

Leia também: Projeto do Instituto Marielle Franco apoia candidatura de mulher negra à Alego

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