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sábado, 23 de novembro de 2024
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Opinião

Mercado gamer x marcas: o que saber sobre esse cenário promissor

A receita estimada de 2021 foi de R$ 1 bilhão e um crescimento de 6% previsto para 2022

Postado em 14 de setembro de 2022 por Redação

João Sobreira

Que o Brasil é uma das maiores potências mundiais do mercado de games não é mais novidade. Apenas na América Latina, a receita estimada de 2021 foi de R$ 1 bilhão e um crescimento de 6% previsto para 2022, segundo a consultoria Newzoo. E, com um cenário tão atrativo (atualmente são 88 milhões de brasileiros que jogam algum tipo de game), é natural que apresente um universo de possibilidades – o que tem brilhado os olhos de empresas brasileiras e internacionais voltadas para os gamers.

Mas como impactar esse público de forma estratégica e realmente eficaz? Com um cenário extremamente promissor nos últimos anos tornou-se quase impossível não ficar no radar das marcas que olham para o futuro e as tendências do momento. Porém, agora com um setor repleto de oportunidades, é necessário que haja de fato um entendimento sobre as ações, campanhas, promoções e conexões que engajem verdadeiramente – e não apenas para entrar no “hype”.

Como por muitos anos o mercado gamer foi visto como algo distante do dia a dia das pessoas e feito para um público específico e nichado (por muitas vezes estereotipado), o desafio agora é que as marcas “corram contra o tempo” para ver quem chega da melhor forma e surfe a onda alta vinda dos últimos anos. Como gamer, criador de conteúdo e empreendedor na área, sempre digo o quanto é importante que as marcas se interessem de fato por conhecer a comunidade gamer e suas necessidades, pois, apesar de ser extremamente engajada, existe uma série de especificidades, linguagem e desejos únicos.

São infinitas as possibilidades. Existem diversos tipos de jogos atualmente – o que muda o público e os perfis de consumo diretamente. É possível comparar o mundo dos games com as Olimpíadas, por exemplo, que é composta por vários esportes, debaixo do mesmo guarda-chuva, que é o esporte eletrônico. Então tem jogo de estratégia, jogo de tiro, jogo de luta, de infinitos gêneros, e cada gênero tem um público diferente também.

A boa notícia é que o Brasil hoje já está bem mais maduro sobre o mercado gamer, bem mais conceituado e com vários tipos de negócios desde plataformas, de monetização de partidas para jogadores não-profissionais, até agências, times, organizações, publicadoras de jogos, influenciadores etc. E algumas grandes marcas já vêm investindo e ativando campanhas próprias, furando a bolha e colhendo excelentes frutos advindos dessa comunidade. O uso dos celulares, desktops e consoles como “plataforma” de jogos também impulsionou essa alta demanda, além do interesse crescente por conteúdos, influenciadores da área, tecnologia e lançamentos.

Algumas dicas para as marcas que visam impactar este público são: criar conteúdos próprios ou por meio de influenciadores e parceiros que entendem do segmento, promover discussões e ativações que de fato sejam genuínas, levando sempre em consideração que está lidando com um público antenado, extremamente engajado e que envolve paixão e emoção – contando também com a gamificação, que deve ser encarada como um “benefício” e interação complementar e que agrega valor, e não como algo que está atrapalhando o usuário ou reduzindo a experiência no jogo.

É importante conhecer o “gamer” e as pessoas que jogam, mas também é primordial entender o jogo em si, o que faz toda a diferença. Saber como funciona e a sua própria segmentação, garantindo que esteja alinhada com preferências e temas abordados dentro do jogo e a própria jogabilidade em si. Investir em pesquisas e levantamentos frequentes sobre atualizações e mudanças dos jogos pode alavancar ainda mais o impacto e assertividade, visto que estamos falando de um setor ágil e de constantes mudanças.

Além disso, conectar o universo dos games com elementos que fazem parte dos interesses dos usuários também é um caminho bastante estratégico. Tecnologia e universo digital, filmes e séries, cultura pop e música são alguns dos segmentos que costumam funcionar bem. Introduzir “produtos” que são funcionais para o “momento em que se está jogando”, por exemplo, é uma ideia de como fazer na prática, como por exemplo um energético ou bebida que dá energia durante a partida. Por fim, e mais do que nunca: pensar em ações e parcerias envolvendo os games é olhar para esse universo como uma oportunidade de promover experiências únicas e genuínas e não como uma ativação e busca por mídia apenas pela visibilidade em si.

João Sobreira é especialista em mercado gamer, CEO e cofundador de plataforma para gamers

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