Partidos terão dificuldades para eleger deputados federais e estaduais
As novas regras eleitorais que deram fim às coligações minimizam as chances de partidos menores elegerem algumas de suas lideranças
Nestas eleições, o que se viu foi o crescimento das candidaturas à Câmara Federal, ao passo que houve um esvaziamento na disputa por vagas nas assembleias. Dentre os possíveis motivos que podem ter levado a esse cenário, tem-se o chamado orçamento secreto – a nível federal – e, por outro lado, as novas regras para coligações que desestimularam o excesso de candidatos disputando vagas nas assembleias.
Esta será a primeira eleição – estadual e federal – sem coligações, ou seja, os candidatos “puxadores de voto” não poderão eleger mais nomes além do seu próprio. Isso quer dizer que o candidato que tiver votos para se eleger e quiser dar carona para eleger algum outro candidato da coligação, não poderá, o que dificulta as chances dos partidos menores elegerem candidatos.
Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelaram que estas eleições contaram com a maior quantidade de postulantes a cargos de deputado estadual e federal, senadores, governadores e presidentes, chegando a 29.172, na última segunda-feira (12/09). Informações da Câmara dos Deputados revelaram que o PTB, PP e PL foram os partidos que mais lançaram candidatos federais, somando três vezes mais nomes que na eleição passada.
Contudo, a mudança das regras do jogo tem causado preocupação a alguns partidos. Nos bastidores falam que o PSD, por exemplo, não conseguiu formar uma chapa robusta para as eleições, e certamente contará com algumas dificuldades para reeleger o candidato a deputado federal Francisco Júnior.
Ismael Alexandrino, ex-secretário de saúde de Goiás, se candidatou a deputado federal pelo partido mas é considerado, por interlocutores, como uma incógnita. Não conseguem fazer qualquer previsão a respeito desta candidatura. Apesar disso, a sigla dobrou o número de candidatos federais nesta eleição, passando de 208 (em 2018) para 420 (em 2022) .
O Podemos, que na eleição passada lançou 574 candidatos à Câmara Federal, desta vez reduziu o número para 489. Por ter incorporado o PHS, o partido teve que reduzir o número de candidatos, devido às novas regras. O PDT, embora tenha aumentado a quantidade de candidatos de 308 para 463, em Goiás contou com apenas dez nomes para a Câmara Federal. As maiores probabilidades de vitória estão, conforme informações de bastidores, com a deputada federal Flávia Morais, que disputa a reeleição. Esperam que ela seja reconduzida à Casa e divida a bancada com a então vereadora Dra. Cristina, que também concorre à federal.
Função
De acordo com informações da Agência Senado, cada estado elege um número de deputados proporcional à população. Contudo, nenhuma bancada pode ter menos de 8 ou mais de 70 representantes na Câmara. Dentre as funções dos deputados federais, estão as de sugerir, discutir e votar projetos de lei; a de autorizar a abertura de processo contra o presidente e o vice-presidente da República e os ministros de Estado; o aval para o impeachment depende do voto de dois terços dos membros da Câmara (342 parlamentares).
Também é atribuição exclusiva dos deputados realizar a tomada de contas do presidente da República, caso elas não sejam apresentadas ao Congresso Nacional dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa. Os deputados têm ainda a função de eleger dois membros do Conselho da República, órgão superior de consulta do presidente da República e composto por 14 integrantes.