O gap de autenticidade: entenda por que buscar coerência cultural
Lívia Brandini é fundadora e CEO de peopletech especialista em diagnósticos de cultura personalizados, gestão de rituais e People Analytics
Empresas com “coerência cultural” tendem a obter melhores resultados de negócios, como aumento de receita, maior engajamento de colaboradores e satisfação dos clientes.
Isso acontece pelo fato de que o bem-estar, a dedicação e o desempenho dos colaboradores são influenciados pela conexão emocional que sentem pela empresa e seu propósito. Por isso, quando as pessoas de uma organização adquirem um alto nível de alinhamento e identificação (com as crenças, valores, princípios e comportamentos esperados), é despertado o pertencimento, engajamento e abertura à mudança.
Então, como despertar a maior conectividade nos colaboradores?
Essa percepção é sentida de forma mais intensa quando as pessoas veem sua liderança agindo com coerência e autenticidade, quando ela de fato desempenha um “modelo de valor, propósito e cultura” para todos na empresa. Outra forma de estimular uma cultura distinta e consistente é por meio da prática de rituais de gestão efetivos. Afinal, a “ritualização” garante que o que é considerado essencial na cultura seja celebrado e reforçado no cotidiano corporativo.
Como chancela, em seu relatório “Global Culture Survey 2021”, a PwC comprova que a consistência é importante não só nas falas e ações de gestores/líderes, mas também de todos dentro da organização. Isso é chamado de “coerência cultural”. O estudo destaca ainda a correlação direta entre autenticidade x capacidade de adaptabilidade de organizações a curto e médio prazo.
De acordo com a pesquisa, o nível de conexão que os funcionários sentem com a empresa, com seu propósito e com o time influencia suas emoções. Por sua vez, as emoções positivas energizam seu esforço, viabilizando mudanças e adaptabilidade. Portanto, uma liderança sincera e com coesão cultural eleva os níveis de conectividade e performance.
Para enfrentar seus desafios atuais, as empresas precisam definir seus objetivos estratégicos e, em seguida, reforçar práticas de atributos e comportamentos culturais que apoiem essas diretrizes. Por isso, diagnosticar a cultura organizacional e utilizar as alavancas adequadas, visando-se mitigar os gaps entre a real cultura instalada x cultura desejada, é essencial para ampliar a percepção de autenticidade e, consequentemente, melhorar os resultados de negócio.
Lívia Brandini é fundadora e CEO de peopletech especialista em diagnósticos de cultura personalizados, gestão de rituais e People Analytics