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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Filmes

Aos olhos de Jordan Peele: ‘Não! Não Olhe’ entra para a história do cinema

O recente sucesso do cineasta conta a história de eventos bizarros acontecendo no interior da cidade de Califórnia (EUA).

Postado em 8 de outubro de 2022 por Victória Vieira

É impossível falar sobre cinema e não citar o filme mais comentado nesses últimos meses. “Não! Não Olhe!” dirigido e escrito por Jordan Peele arrecadou cerca de R$2,49 milhões, chegando a um total de R$6,48 milhões registrados no Brasil. O recente sucesso do cineasta conta a história de eventos bizarros acontecendo no interior da cidade de Califórnia (EUA).

Nascido e criado em Nova York, o cineasta de 43 anos quebrou as próprias barreiras, desafiando uma indústria que não abre espaço para diversidade, mais especificamente, repleta de privilégios para pessoas brancas. Em comprovação desse fator, a cerimônia de um dos prêmios mais prestigiados do cinema, o Oscar, acontece há exatos 93 anos. Durante esse tempo, em 2018, a premiação teve o primeiro homem negro que ganhou a estatueta de melhor roteiro original, protagonizado por ninguém menos que Peele pelo longa “Corra!”.

Concordando ou não, Peele marca a história da cinematografia internacional, se tornando referência para grandes profissionais da área e ao mesmo tempo criando patamares de grandes níveis a serem alcançados, fazendo qualquer obra do gênero terror/suspense vinda dos seus parceiros de trabalho tornarem-se medianas em comparação com as suas produções.

Com todos esses elementos colocados em uma perspectiva, o maior talento de Peele é conectar todos os pontos da arte cinematográfica dentro dos seus trabalhos como em “Corra”, “Nós”, e “Infiltrados na Klan”. Eles apresentam o mesmo tema a serem abordados, mas em contextos e gêneros diferentes. O recente sucesso das bilheterias pode parecer apenas um filme de horror nos termos da ficção científica aos olhos de alguns telespectadores, mas na visão do cineasta, retrata a sua vivência enquanto homem negro no mundo contemporâneo do mercado cinematográfico onde o racismo é minimizado.

Além disso, de forma velada, o filme levanta questões de crises socioeconômicas e o sensacionalismo na indústria. Ao estarem com as suas vidas correndo risco, os protagonistas não desistem da ideia de filmar e apresentarem ao mundo a criatura bizarra que os aterrorizou, tirando a vida do seu próprio pai e vizinho. Enquanto para eles foi uma questão de sobrevivência, para outros a questão não passava de algo para os deixarem famosos. O longa cumpriu o objetivo do cinema: entreter, consumir e ensinar.

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