MPF prorroga em 5 dias prazo para Ministério explicar falas de Damares
Pasta não conseguiu atender a demanda até segunda-feira (17)
O Ministério Público Federal (MPF) deu mais cinco dias para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos explicar as falas da ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF) a respeito de supostos crimes sexuais contra crianças ocorridos no arquipélago do Marajó, no Pará. O primeiro prazo terminou na segunda (17) e a pasta pediu mais 30 dias, na terça (18).
Cristiane Britto, à frente do ministério, afirmou que precisaria de mais tempo para “atender e dar a devida transparência a todas as solicitações feitas pelo MPF”. O Ministério Público, por meio de sua Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, deu cinco dias.
“Solicito a Vossa Excelência a gentileza de informar, detalhadamente, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, todos os casos de denúncias registradas, ainda em trâmite ou não, nesse Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, nos últimos sete anos (2016-2022), envolvendo tráfico transnacional de crianças e estupro de vulneráveis supostamente praticados, apenas e tão somente, no Arquipélago do Marajó, no Estado do Pará, inclusive os encaminhamentos dispensados a cada uma delas”, escreve o subprocurador-geral e procurador federal dos Direitos do Cidadão Carlos Alberto Vilhena.
Relembre as falas de Damares
Segundo Damares, em culto religioso no último dia 9, o Governo Federal teria recebido denúncias sobre os supostos crimes sexuais cometidos contra crianças no arquipélago de Marajó, no Pará. Ela afirmou que os menores são traficados para o exterior, submetidos à mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitam abuso sexuais.
“Nós temos imagens de crianças brasileiras com quatro anos que, quando cruzam as fronteiras sequestradas, tem os seus dentinhos arrancados para elas não morderem durante o sexo oral”, disse a ex-ministra no evento em que participavam crianças acompanhadas de seus pais.