Semana promete calor intenso com tempestades
Aumento de nebulosidade combinados com o calor e massa de umidade possibilitam zonas de instabilidade
Sol quente, tempo seco e muito calor tem sido a realidade nas últimas semanas que Goiânia vivenciou. A capital ainda deve enfrentar nos próximos dias temperaturas acima dos 30ºC. A boa notícia é que os goianos devem se preparar para mais uma temporada de chuva, já que a previsão confirma a chegada de uma nova frente fria.
Após uma seca intensa, nova frente fria começa a romper a massa de ar seco e quente que impede a formação de nuvens e precipitações em Goiás. Segundo informações do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), nas próximas semanas já podem ocorrer chuvas isoladas em algumas regiões do Estado.
O gerente do Cimehgo, André Amorim, afirma que os prognósticos apontam para a formação de uma nova frente fria vinda do Norte do País e que vai se deslocar pela região Sudeste. Ao se conectar com a umidade e o tempo seco que passamos nesse momento, deve formar um corredor de umidade que trará para o Estado de Goiás áreas de instabilidade”, relata o gerente.
A segunda-feira (23) começa com variação de nebulosidade, sol e pancadas de chuvas isoladas. A temperatura máxima podendo chegar aos 32ºC e umidade relativa do ar variando entre 30% a 90%. “Teremos pancadas de chuvas isoladas que podem vir acompanhadas de rajadas de vento e raios”, afirma André.
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No entanto, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) esclarece que nesse momento as precipitações devem ocorrer em menor quantidade. “No cenário atual, para que haja precipitações é preciso que esta frente fria tenha força suficiente para quebrar a massa de ar seco e quente que cobre o Estado. Como nosso clima está muito seco, a combinação da umidade com calor deixa o tempo abafado, e as pancadas de chuva são irregulares e isoladas”, alerta o órgão.
De acordo com a previsão do Cimehgo, os maiores acúmulos na parte Centro-Sul de Goiás, com a possibilidade de até 20 milímetros em algumas cidades. Já no Norte goiano, onde a população sofre com incêndios florestais, clima seco e altas temperaturas, a situação só deve melhorar, de fato, na segunda quinzena do mês de novembro.
La Niña
O final do mês de setembro e início do mês de outubro foi marcado por chuvas intensas. Mesmo assim ainda vivemos dias de alta temperatura e baixa umidade do ar. Essas são as características do fenômeno la ninã. Isso significa que algumas regiões do Brasil, incluindo o estado de Goiás, terão mais chuvas, enquanto outros estados enfrentarão um período de estiagem
A seca severa que assola toda a região Centro-Oeste é consequência da La Niña, fenômeno oceânico-atmosférico caracterizado pelo resfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial e que concentra os maiores volumes de chuvas nas regiões Norte e Nordeste do País, com maior concentração no leste da Amazônia.
Mas os goianienses devem ficar atentos e andar com o guarda-chuva na bolsa, pois por conta do calor um choque térmico pode acontecer com a chegada da umidade, um alerta de tempestade fica acesso. Por isso é necessário ter cuidado com as rajadas de vento e o alto volume de precipitação.
Além disso André afirma que os pedestres devem ter uma atenção especial durante as tempestades. “Por estar desprotegidos ou em locais extremamente abertos, deve-se ter muito cuidado com os fortes ventos que podem trazer objetos voando. Evite ficar debaixo de árvores ou de fiações de alta tensão para prevenir descargas elétricas”, relatou.
Inmet prevê “retorno gradual” das chuvas
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê “retorno gradual das chuvas nas regiões Centro-Oeste e Sudeste”, principalmente em outubro, de forma a elevar o armazenamento de água no solo, estabelecendo as fases iniciais de algumas culturas no campo. O prognóstico consta da previsão climática para a safra 2022/2023.
“Frequentemente, o La Niña provoca redução das chuvas na Região Sul do país e aumento nas regiões Norte e Nordeste. O clima no Brasil, no entanto, não é influenciado somente pela atuação do fenômeno, tendo em vista que há outros fatores que interferem nas condições de tempo e clima”, informou o Inmet.
Entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, as chuvas podem ficar “próximas ou acima da média” nas regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste. “Já na Região Sul, no centro-sul do Mato Grosso do Sul e em parte de São Paulo, a tendência é de chuvas abaixo da média no mesmo período”, complementa. Para as demais áreas, a previsão indica “chuvas dentro da normalidade”. (Especial para O Hoje)