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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
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Saúde

Brasil terá 2 milhões de novos casos de câncer até 2025

Estudo levou em conta mais de 21 tipos de diagnósticos com destaque para mama e próstata

Postado em 28 de novembro de 2022 por Alexandre Paes

O Brasil deve registrar 704 mil novos casos de câncer por ano de 2023 a 2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. Esses são números calculados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), que a cada três anos divulga as estimativas da doença no país com base em registros de incidência e mortalidade.

No relatório passado (2020-2022), esse número estava na casa dos 625 mil novos casos a cada ano. O Inca, porém, ressalta que comparações com anos anteriores não são recomendadas, uma vez que novas bases de dados de incidência e mortalidade podem ser incorporadas.

O estudo desse ano, por exemplo, levou em conta mais de 21 tipos de cânceres e, pela primeira vez, considerou também cânceres de pâncreas e fígado. “Decidimos incluir esses cânceres por serem um problema de saúde pública em regiões brasileiras e com base nas estimativas mundiais. O câncer de fígado aparece entre os 10 mais incidentes na região Norte, estando relacionado a infecções hepáticas e doenças hepáticas crônicas”, afirma a pesquisadora da Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA (Conprev), Marianna Cancela.

Já, de acordo com a pesquisadora do Inca Marceli Santos, “os casos no Brasil estão ficando semelhantes, de uma forma geral, com os tipos de câncer que acometem os países mais urbanizados: mama, cólon e reto e pulmão”.

Nas mulheres, o câncer de mama é o mais incidente (66,54%), depois do de pele não melanoma, com 74 mil novos casos previstos por ano até 2025. Nas regiões mais desenvolvidas do país, em seguida vem o câncer colorretal, mas, nas de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o tumor do colo do útero ocupa esta posição.

Nos homens, o câncer de próstata é predominante em todas as regiões, com incidência de 67,86%, totalizando 72 mil casos novos estimados a cada ano até 2025, atrás do câncer de pele não melanoma. Nas regiões de maior IDH, os tumores malignos de cólon e reto ocupam a segunda e terceira posição, e, nas menos desenvolvidas, o câncer de estômago é o segundo ou terceiro mais frequente.

Estratégias de diminuição

Quando são excluídos da lista os cânceres de pele não melanoma, no triênio 2023-2025, estão previstos 704 mil novos casos de câncer diagnosticados em todo o país, mas a maioria da incidência deve se concentrar nas regiões Sul e Sudeste: cerca de 70%.

“As desigualdades sociodemográficas, culturais e também relativas à organização dos serviços de saúde nas regiões geográficas brasileiras refletem as diferenças no ranking dos tipos de câncer”, afirma a coordenadora de Prevenção e Vigilância do INCA, Liz Maria de Almeida.

Por isso mesmo, Marceli Santos aponta que “o primeiro passo para combater a doença é conhecê-la: saber onde, quando, como e quem ela acomete para que as ações de controle possam ser planejadas”.

Os especialistas destacam que a mudança de comportamentos associados à urbanização como sedentarismo, sobrepeso e obesidade, consumo de álcool e tabaco, ingestão de carne processada, além de dieta pobre em frutas, legumes e verduras aumenta o risco de câncer colorretal. 

“É alto o potencial para a prevenção primária desse tipo de câncer por meio de estratégias voltadas à promoção da alimentação saudável, da prática regular de atividade física e da redução de bebidas alcoólicas”, orienta a nutricionista Maria Eduarda de Melo.

“Esperamos que essas informações sirvam de subsídios não apenas para gestores, mas à conscientização de toda a população para a adoção de boas práticas de controle do câncer”, disse Ana Cristina Pinho, diretora-geral do INCA. “E que seja um estímulo a pesquisadores, profissionais de Saúde e gestores, comunicadores e para toda a sociedade”, concluiu a diretora.

Estimativa de Tumores Malignos mais incidentes 

(Crescimento entre 2023 e 2025)

  • Pele (não melanoma): 31,3% dos casos 
  • Mama Feminina: 10,5% dos casos
  • Próstata: 10,2% dos casos
  • Cólon e reto: 6,5% dos casos
  • Pulmão: 4,6% dos casos
  • Estômago: 3,1% dos casos

Fonte: INCA

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