A Polícia Civil de Goiás (PCGO) encerrou, nesta segunda-feira (23/1), o inquérito policial instaurado para investigar a suposta ocorrência do crime de lesão corporal culposa praticado por dentista em junho de 2020, na Região Metropolitana de Aparecida de Goiânia. Ficou concluído que o profissional praticou, lesão corporal culposa em paciente durante a realização de um procedimento cirúrgico de Alectomia, uma paciente de 37 anos.

Elielma Carvalho Braga denunciou o dentista Igor Leonardo Soares Nascimento sob alegação que teve parte do nariz necrosado e ficou com sequelas após um procedimento estético. Ela conta que, após perder parte da pele, precisou fazer mais de dez cirurgias e ficou com cicatrizes, abalando sua autoestima.

Na época, a vítima relatou que “ele destruiu minha autoestima. Eu choro, não é fácil o que eu vivo hoje”. Em resposta, o dentista Igor Leonardo Soares Nascimento argumentou que prestou todo o apoio a Elielma e descartou qualquer problema relacionado a cirurgia. Ele disse que a necrose foi desenvolvida em razão da Síndrome de Nicolau, após o uso de medicamentos.

“Me sensibilizei bastante com o problema dela. Custeei os medicamentos e tratamentos posteriores com outros colegas. Nunca a deixei desamparada em termos financeiros e acompanhei de perto seu tratamento posterior ao ocorrido. Infelizmente, nós, profissionais da área, estamos sujeitos a intercorrências que não são da nossa vontade”, pronunciou o profissional.

Investigação

A PCGO informou que a conclusão do caso ocorre após apuração que contou com diversas testemunhas, a juntada de documentos dos Conselhos Regionais e Federais de Odontologia e Medicina, análise documental, análise do exame de corpo de delito da vítima, além de informações periciais fornecidos pela Polícia Técnico Científica.

Conforme as investigações, a autoridade policial alegou que o Igor Leandro praticou, assumindo o risco, lesão corporal gravíssima na paciente durante a realização de procedimento cirúrgico incisivo, mesmo não o curso de medicina com especialização em cirurgia plástica ou otorrinolaringologia.

O dentista utiliza as redes sociais para divulgar os resultados de cirurgias estética que realiza como preenchimento labial, harmonização facial e afinamento de nariz (Alectomia). Após o encerramento de inquérito, a conta do dentista foi colocada como privada.

Crime de exercício ilegal da medicina

Na apuração, a polícia também acusou o dentista de praticar do crime de exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica, previsto no artigo 282 do Código Penal, visto que executou procedimento cirúrgico, incisivo e exclusivo de profissional médico, não apresentando qualificação técnica necessária.

A PCGO destacou ainda que o autor praticava os procedimentos constantemente e ainda a existência de outra denúncia contra o profissional pelo mesmo crime, em 2021.

O inquérito será encaminhado para a uma das Varas Criminais do Município de Aparecida de Goiânia.

Resposta

Ao jornal O Hoje, o dentista Igor Leandro respondeu que “na época do tratamento da paciente Elielma Carvalho, o procedimento foi realizado com sucesso, inclusive, ela saiu da clínica muito feliz com o resultado alcançado”. Segundo o profissional, a necrose ocorreu “por motivos individuais relacionados á sua saúde, evoluíram para uma necrose local”, e que reitera o apoio e assistência à paciente na época deste fato.

Veja nota completa:

Sou cirurgião dentista há 20 anos com diversas especialidades dentro da Odontologia. Exerço harmonização oro facial desde o ano de 2014 e sou um dos pioneiros do estado de Goiás nessa área. 

Sempre tratei meus pacientes com muito amor, cuidado, dedicação e contribuindo expressivamente com a melhora da auto estima de todos.

Na época do tratamento da paciente Elielma Carvalho, o procedimento foi realizado com sucesso, inclusive, ela saiu da clínica muito feliz com o resultado alcançado. 

O problema, foram as complicações no pós operatório que, por motivos individuais relacionados á sua saúde, evoluíram para uma necrose local.

Eu e minha equipe lamentamos profundamente o ocorrido e reitero minha plena convicção do apoio e assistência ofertada à paciente na época deste fato. Fiz tudo o que pude por ela, até em termos financeiros dos tratamentos subsequentes que ele precisou realizar.

Infelizmente, as intercorrências podem acontecer em qualquer que seja a área de atuação profissional.

Mais uma vez, lamento profundamente o ocorrido e continuo à disposição da minha paciente Elielma para ajudar na melhor solução para o problema dela.

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