Redes sociais são principal fonte de informação política para goianienses
Levantamento também mostra como população de Goiânia avalia os governos federal, estadual e municipal
As redes sociais devem exercer papel de influência significativa nas eleições municipais deste ano. Isso porque 36,7% dos eleitores goianienses afirmam consumir informações sobre política através das redes sociais, enquanto outros 29,5% consomem pela TV aberta; 24,3% pelos portais de notícias, e 9,4% pela TV por assinatura. Os dados são do Instituto Veritá, que realizou pesquisa de opinião entre os dias 21 e 23 de dezembro em Goiânia. Para o levantamento, foram feitas 837 entrevistas estruturadas.
A mudança no consumo de informação é uma tendência que deve continuar aumentando nos próximos anos, avalia o cientista político Guilherme Carvalho. “Consumir informações, seja de qual for o tema, é custo. O cidadão precisa parar o que ele está fazendo para se inteirar sobre o que está acontecendo”, diz. Segundo Carvalho, isso está ligado à questão do crescimento das redes sociais como principal fonte de informação porque é no universo virtual que existe o ativo da atração e a lógica dos algoritmos, fatores que estimulam os usuários a permanecerem online nas redes.
Para o cientista político, é necessário distinguir o que ocorre nas eleições municipais e nacionais. Carvalho argumenta que as pessoas tendem a recair em discussões mais voltadas às questões ideológicas e de costumes em períodos de eleições nacionais. “Mas quando se trata de eleições municipais, o debate é mais complexo, é de políticas públicas, etc. É quando o custo da informação se torna maior. E as pessoas muitas vezes não querem entender isso, apenas discutir pautas como educação sexual nas escolas”, diz. “Proporcionalmente, o consumo de informações é menor porque o eleitor vai ter que sair da zona de conforto e se informar sobre os temas. Isso custa caro.”
Custa caro porque informação não é reforço de opinião, explica Carvalho. “Buscar informações só pelas redes sociais pode limitar o eleitor porque as redes sociais são movidas por algoritmos e elas circulam informações que reforçam suas opiniões. O que você não concorda, você não segue ou dá deslike”, afirma. “Você vai acabar sendo informado pelo mesmo tipo de coisa, lendo muito sob um único prisma e não entendendo a complexidade que cada tema tem.”
“As pessoas querem estar engajadas em um debate em que elas entendam ou que elas pensem que têm algo a contribuir para o debate público. As redes sociais favorecem isso.”
Nesse sentido, o jornal O Hoje alcançou, só pelo Instagram, plataforma em que possui mais de 60 mil seguidores, cerca de 1,4 milhão de usuários por meio das postagens no feed, no reels e nos stories durante o mês de dezembro. O conteúdo jornalístico diário publicado pelo reels, por exemplo, obteve o alcance de cerca de 2,3 milhões de usuários por dia. Com cerca de 1,7 mil vídeos, o canal do YouTube de O Hoje tem 11,9 mil inscritos e publica regularmente entrevistas, notícias e reportagens.
O levantamento do Veritá também quis saber dos goianienses qual a avaliação a respeito dos governos federal, estadual e municipal. O primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi avaliado como péssimo para 36,4% dos entrevistados; 27% avaliaram como ótimo, 14,1% como ruim, e 13,3% como boa a gestão do atual chefe do Palácio do Planalto.
Na gestão estadual, 38,5% dos goianienses classificaram como ótimo o primeiro ano do segundo mandato do governador Ronaldo Caiado (UB). A administração do mandatário foi tida como boa por 30,2% dos entrevistados, regular por 22,4%, e 4,8% consideraram como ruim, de acordo com o levantamento.
A margem de erro de toda a pesquisa é de 3,5 pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%.