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sábado, 10 de agosto de 2024
Terror

Equador à beira do pesadelo: ruas vazias, comércio paralisado e onda de notícias falsas geram clima de terror

Onda de violência após fuga de líder de facção criminosa assola País

Postado em 10 de janeiro de 2024 por Carlos Monteiro
Equador à beira do pesadelo: ruas vazias

O presidente Daniel Noboa decretou “conflito armado interno” no Equador após crises de segurança que o país enfrenta no momento. Na última terça-feira (9), houveram vários ataques de criminosos, inclusive a tomada dos estúdios de uma emissora de TV ao vivo por homens armados.

Em algumas cidades como Quito e Guayaquil, lojistas precisaram fechar as portas e pedestres saíram correndo com medo em pontos movimentados das cidades. Além disso, houve um trânsito incomum nessas duas cidades durante a tarde, segundo a autoridade de trânsito local.

O jornal ‘El Universo‘ contou que a cidade de Quevedo também ficou deserta após relatos de homens decapitados, ameaças de saques, incêndios e roubos.

Editorial, ex candidato presidencial e fake news

A Polícia Nacional desmentiu notícias como de um tiroteio perto do palácio de governo e um sequestro em massa no metrô de Quito.

O Jornal ‘El Universo’ pediu para que as medidas do presidente sejam apoiadas. O veículo afirma que as pessoas têm de “apoiar as iniciativas que contribuam para recuperar a paz”.

O “Rambo” do Equador, o político Jan Topic, veio a público para dizer que queria liderar todas as forças de segurança do país.

Crise de segurança

A crise de segurança que o Equador vem enfrentando começou com motins em prisões. Com momentos de fugas de criminosos, ataques a delegacias e sequestro de policiais.

Antes da intervenção da polícia nos estúdios de TV, um dos homens chegou a encostar uma arma no pescoço de um apresentador. As pessoas que estavam no estúdio tentaram conversar com os homens armados, no vídeo, ainda se ouve a voz de uma mulher pedindo para eles não atirarem.

Conflito armado interno

O presidente Daniel Noboa baixou um decreto que determina que o país vive um conflito armado interno e as forças militares devem neutralizar 22 grupos de crime organizado, que serão tratados com organizações terroristas.

O presidente Noboa decretou estado de exceção na última segunda-feira (8), após a fuga da prisão de um criminoso, conhecido como Fito, chefe dos grupos Los Choneros. O Ministério Público acusa funcionários do próprio presídio de terem facilitado a fuga.

Na última terça-feira (9), as autoridades também relataram a fuga de outro criminoso: Fabrício Colón Pico, um dos líderes de Los Lobos, preso na sexta-feira (5) pelo sequestro e por suposta responsabilidade em um plano para assassinar a procuradora-geral do país.

Sete policiais foram sequestrados já durante o período de exceção. Os sequestros aconteceram nas cidades de Machala e Quito, e na província de Los Rios.

Além dos sequestros de agentes, houve também explosões na província de Esmeraldas.

Em Quito, um veículo explodiu e um dispositivo foi detonado perto  de uma ponte de pedestres. Panel Muñoz, o prefeito da cidade, pediu ao Executivo “militarização” de instalações estratégicas ante a “crise de segurança procedentes”.

O presidente

Noboa, de 36 anos, é o presidente mais novo que o Equador já teve. O presidente chegou ao poder com a promessa de que atacaria com firmeza grupos de traficantes, ligados a cartéis colombianos e mexicanos.

O estado de exceção estará em vigência por 60 dias em todo o país. A medida inclui um toque de recolher de 6 horas, entre 23h e 5h, horário local (das 1h às 7h em Brasília).

A sede presidencial e as estações de metrô de Quito também estão militarizadas.

“Não vamos negociar com terroristas nem descansaremos até devolvermos a paz aos equatorianos”, afirmou Noboa, em vídeo publicado em sua conta no Instagram. O presidente atribuiu o ataque às prisões como uma retaliação por suas ações para “recuperar o controle oficial” dos presídios.

Busca por Fito

Os policiais e militares procuram Fito desde o último domingo (7). Ele cumpria pena de 34 anos na Penitenciária Regional de Guayaquil por crime organizado, tráfico de drogas e homicídio. O grupo ‘Los Choneros’ compete com outras 20 quadrilhas pelas rotas do tráfico de drogas.

O Ministério Público denunciou dois agentes penitenciários pela sua suposta responsabilidade na fuga do criminoso de 44 anos, que obteve o título de advogado na prisão.

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