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sábado, 10 de agosto de 2024
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Investigação

Documentos da PF indicam que setor da Abin teria utilizado software espião entre 2019 e 2021 

A Polícia Federal (PF) informa que Ramagem, ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), está entre os responsáveis pelas ações e omissões e faz parte do “núcleo da alta gestão”

Postado em 24 de janeiro de 2024 por Isadora Miranda
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A Polícia Federal (PF) informa que Ramagem

Em concordância com documentos obtidos pela Polícia Federal (PF) na operação Última Milha, servidores da Abin, lotados no Centro de Inteligência Nacional (CIN) fizeram uso do FirstMile, software de espionagem, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O CIN foi criado em julho de 2020, fruto de um decreto do então presidente, e tinha como objetivo o planejamento e execução de “atividades de inteligência” relativas ao enfrentamento de “ameaças à segurança e à estabilidade do Estado”.  

De acordo com a PF, o software foi utilizado entre 2019 e 2021 e estava instalado em computadores da Diretoria de Operações de Inteligência. Entretanto, existem documentos e depoimentos indicativos de que pessoas ligadas ao CIN fizeram uso do FirstMile. O setor chegou a ser chamado de “Abin Paralela”, devido à presença de grande quantidade de servidores próximos ao deputado Alexandre Ramagem e à família Bolsonaro.  

Em decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela autorização da operação, afirmou que um servidor, alvo de busca da PF, era “o responsável pela fiscalização contratual do sistema FirstMile e, mesmo transferido de setor, continuou a realizar consultas pelo Centro de Inteligência Nacional”.  

À Folha de S.Paulo, Alexandre Ramagem, ex-diretor da agência, negou irregularidades. “O departamento de operações, composto exclusivamente de servidores de carreira da Abin, era o único responsável pela gestão, senhas e execução do sistema”, enfatizou, quando perguntado. Atualmente, ele exerce o cargo de deputado federal e é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo Partido Liberal (PL).  

Ainda, Ramagem defende que a investigação da PF somente foi viabilizada porque sua gestão “fez correição e investigação na corregedoria” sobre o sistema. 

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