Centro-Oeste é pleiteado no novo Plano do Turismo
Afroturismo, turismo Rural e religioso são destaques para a expansão turística em Goiás, diz especialista
Nesta última segunda-feira (12), o governo federal de Luiz Inácio (PT) acatou o novo Plano Nacional do Turismo (PNT) que tem como metas principais pelo Diário Oficial da União (DOU) do dia 12: aumentar a arrecadação em US$ 8,1 bilhões por turistas internacionais, um aumento de 93 milhões para 150 milhões no número de viagens nacionais além de alcançar os 8 milhões de viagens internacionais para o Brasil e aumentar de 2 milhões a 3 milhões os postos de trabalhos formais no turismo. Ainda de acordo com o documento, todo o projeto foi idealizado com o desenvolvimento sustentável e com a inclusão social.
O planejamento e a confecção do PNT se deu durante a segunda semana de agosto no Rio de Janeiro com órgãos públicos do governo e entidades privadas de pesquisa e do ramo econômico. Uma dessas entidades públicas que também esteve presente no nas reuniões é o Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur), presidido por Fabrício Amaral que também é presidente da Agência Goiana de Turismo.
Segundo o especialista, para O HOJE, sua equipe faz parte das ações de governo que também contabilizaram na construção do PNT. Ainda relatou que conseguiram emplacar, junto com outras entidades, um fortalecimento do turismo na região Brasil Central, compostas por estados da Região Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Além disso, pretendem estabelecer um sistema chamado de Governança ambiental, social e corporativa (ESG) que possam ter um investimento sustentável.
De acordo com ele, grande parte disso foi por uma mudança na forma que as pessoas vivenciam o turismo, não se limitando às praias e regiões ensolaradas, mas também contando com a experiência cultural e regional de outras localidades brasileiras, como o Cerrado. “Hoje o turismo mudou muito com a perspectiva dos turistas na forma que vivenciam os locais, o lado humano é fundamental hoje em dia. Sim, em Goiás nós temos cachoeiras lindas, mas também precisamos de que tenham infraestrutura e segurança”.
Como destaque para Goiás, o especialista cita um plano em estudo da Goiás Turismo para fomentar o turismo cultural nas comunidades tradicionais como meio de educação, conscientização e inclusão social. Para ele, um dos vetores para alcançar esta meta é a potencialidade do afroturismo por parte das comunidades Kalungas que residem na região norte do Estado. “Estamos criando um programa para as pessoas irem até essas comunidades para vivenciar a história deles, o modo de vida, a culinária”, pontua.
Além do afroturismo, pontua que também há um estudo de roteiro de turismos religioso e rural que pode fortalecer a economia de certos municípios de pequeno porte. Como destaca, em sua grande maioria os visitantes não se limitam apenas aos eventos, mas também giram a economia local quando visitam os bares e restaurantes, compram artesanatos e se hospedam em hoteis e pousadas. Com isso, também denota o papel da sustentabilidade nas ações da agência como a conscientização ambiental através da coleta seletiva. “Não existe turismo sem meio ambiente”, afirma inclusive, que o avanço de políticas públicas em Goiás no âmbito do turismo foi um fator decisivo para o planejamento destes programas mencionados.
O papel da pesquisa na construção de Plano Nacional
Outra representante que mora em Goiás e esteve presente na construção do plano é a Giovanna Tavares, que pesquisa a Rede Brasileira de Observatório do Turismo e também é coordenadora do Observatório da Agência Goiana de Turismo. Ela e a sua equipe foram responsáveis por amparar as políticas públicas com dados e pesquisas de forma que consigam tomar decisões assertivas. Inclusive, conta que este amparo foi uma preocupação do ministério durante a execução do PNT.
Segundo ela, há mais de 70 observatórios do turismo no Brasil que são responsáveis por colher dados dos municípios como a receita, movimento e as regionalidades. A partir disso o grupo consegue analisar e estabelecer políticas públicas que melhor sejam da vocação das especificidades do município. Além de dados gerais, compõem uma equipe de consultoria sobre questões como o clima, a segurança e a sustentabilidade de cada região.