No dia 22 de agosto, o Brasil celebra o Dia do Folclore, uma data especial dedicada à valorização e preservação das tradições culturais populares do país. Escolhida para homenagear a riqueza do folclore brasileiro, essa data destaca a importância das lendas, mitos, músicas, danças, artesanato e festas que compõem o universo cultural brasileiro e que são transmitidos de geração em geração.

O folclore brasileiro é uma mistura de culturas. Ela têm influências indígenas, africanas, europeias e de outras origens. Desde a famosa lenda do Saci Pererê até as animadas festas juninas, o folclore brasileiro reflete a riqueza da história e das tradições do país, oferecendo um vislumbre das crenças, costumes e modos de vida de diferentes épocas e regiões.

O conceito de um Dia do Folclore tem suas raízes na Inglaterra, onde o escritor William John Thoms, no século XIX, foi o pioneiro ao criar a ideia de uma data dedicada à celebração e estudo das tradições populares. Thoms, conhecido por seu trabalho na preservação e promoção do folclore britânico, reconheceu a importância de um dia específico para valorizar as tradições culturais.

No Brasil, a comemoração do Dia do Folclore ganhou forma oficial em 1965, quando o então presidente militar Humberto de Alencar Castello Branco promulgou a data de 22 de agosto como o Dia do Folclore Brasileiro. Esta decisão visou não apenas homenagear a rica tapeçaria cultural do país, mas também incentivar a pesquisa e o estudo das tradições populares brasileiras. Desde então, a data tem sido uma ocasião importante para promover a preservação e o conhecimento das variadas manifestações culturais que fazem parte do folclore nacional.

Relembre alguns Folclores

• Boto Cor de Rosa

Lenda da região Norte, principalmente na Amazônia, onde o boto vive nos rios e igarapés. De acordo com a narrativa, o animal busca a civilização, no período da noite.

• Saci-Pererê

A lenda do Saci-Pererê, originária do Sul do Brasil no final do século 18, espalhou-se pelo país ao longo dos anos. O Saci é descrito como um menino travesso, com uma perna só e usando uma carapuça vermelha que lhe confere poderes mágicos. Ele é conhecido por aparecer e desaparecer misteriosamente, muitas vezes através de redemoinhos, e por sua natureza inquieta e brincalhona, que inclui assustar pessoas e animais. Em algumas versões, é retratado como um protetor da floresta, defendendo-a de caçadores e ameaças.

• Curupira

O Curupira é um guardião místico da floresta, conhecido por punir quem maltrata os animais ou ameaça a natureza. De pequena estatura, com cabelos vermelhos e pés virados para trás, é muito forte e facilmente identificado pelo seu assovio. Presente na literatura desde o século 16, o Curupira é um dos personagens mais antigos do folclore brasileiro. Além de proteger a floresta, ele também pode se transformar em um animal para confundir caçadores e fazê-los se perderem no mato.

• Mula Sem Cabeça

A Mula Sem Cabeça é uma das lendas mais conhecidas do folclore brasileiro. Ela descreve uma mulher amaldiçoada com o corpo de mula e uma cabeça de fogo.  A maldição geralmente resulta de um relacionamento íntimo entre um padre e uma mulher, ou de vínculos amorosos antes do casamento. A lenda servia para amedrontar e controlar as mulheres, impondo comportamentos conforme padrões religiosos e morais da época. Originária dos colonizadores portugueses e espanhóis, a lenda é uma herança cultural trazida ao Brasil.