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sábado, 23 de novembro de 2024
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Greve

Greve do INSS afeta benefícios previdenciários e assistencialistas

Servidores da Previdência Social de Goiás estão em greve desde o dia 23 de julho e devem permanecer por tempo indeterminado

Postado em 2 de setembro de 2024 por João Reynol
Fotos: Divulgação/Sintfesp-GO

Desde o dia 23 de julho, goianos sofrem com as dificuldades perante a nova greve do INSS que afeta o cadastramento de benefícios previdenciários e assistencialistas. Ao O HOJE, a costureira Ana Paula, de 38 anos, disse que sofreu uma lesão no pulso que a impediu de trabalhar e receber uma renda constante. Apesar de ser elegível para o auxílio-doença, ainda não conseguiu fazer a perícia médica do órgão para receber o financiamento extra. “Sem o auxílio-doença, estou sem renda e dependendo de doações dos vizinhos para sustentar meus filhos. A incerteza e a demora me deixam desesperada.”

O pedreiro José Carlos, de 55 anos, também sofre com uma situação similar desde que foi afastado do trabalho por um diagnóstico de hérnia de disco. Há semanas tenta remarcar a perícia médica para receber o auxílio-doença desde foi cancelada pela greve. Porém, similarmente a Ana Paula, também não teve êxito com as novas agendas da greve. “Tenho dores constantes e não consigo trabalhar, mas sem o benefício, não tenho como pagar minhas contas e comprar meus remédios”, afirma.

As paralisações do INSS estão a nível nacional desde o dia 16 de julho por tempo indeterminado. Como efeito dessa greve, credenciamento de perícias e benefícios são reagendados devido a falta de servidores nas agências.

Enquanto isso, o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social em Goiás (Sintfesp-GO) aderiram ao movimento uma semana depois, no dia 23 de julho. E nesta terça-feira (27) uma possível resposta será informada para a organização através de uma reunião em Brasília entre o movimento trabalhista com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. 

Segundo a Diretora de Imprensa do Sintfesp-GO/TO e integrante da coordenação do Comando de Greve INSS-GO, Grete Tirloni, não possuem boas expectativas com esse acordo. Desde 2022, movimentos trabalhistas de todo país negociavam com o governo na esperança de solucionar problemas da categoria. Neste mesmo ano, segundo a diretora, teriam firmado um acordo que atenderia pautas apresentadas pelo sindicato, contudo, o governo então não teria continuado as negociações. “Estamos em greve para que seja cumprido o que já foi discutido em 2022”, afirma.

Principais pautas

Uma das principais pautas do movimento é a recomposição salarial após sete anos sem uma reformulação. Segundo Grete, a categoria possui uma defasagem de 59% com o que os servidores ganham atualmente devido a inflação. A diretoria ainda afirma que este é um dos fatores que tem afastado futuros servidores da instituição. 

Por enquanto, a contrapartida que o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) fez para os grevistas foi apenas de 18% na remuneração salarial, uma proposta similar à apresentada para o movimento da greve dos professores do ensino público federal. 

Além disso, também pedem a formação de um plano de carreira para os servidores do INSS possam permanecer na área e serem beneficiados com isso. De início, o MGI havia apresentado um plano de carreira de três fases, contudo, recém ingressos ao cargo iriam receber apenas R$ 700 como salário base, o que gerou revolta dos grevistas, “um absurdo”, conta Grete ao O Hoje. 

Também relatam uma punição por quem aderiu à greve geral no corte de pontos trabalhados. Por causa disso, e também pela solidarização aos que estão no movimento em Brasília, pediram a todos os servidores da categoria, aderidos ou não à greve, para não se apresentarem no trabalho nesta terça-feira como uma “demonstração de união”, como afirmam. Este é um dos motivos dos portões da previdência social de Goiatuba e Senador Canedo estarem fechados para a população. 

Demandas atendidas

Enquanto isso, goianos podem se assegurar de que suas demandas sejam atendidas por gravar vídeos, áudios e tirar fotos das agendas online nas agências para assegurar o atendimento. Apesar de tudo isso, Grete afirma que a greve também tem o objetivo de melhorar o atendimento dos beneficiários bem como impedir um desmonte ou terceirização da instituição.

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