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segunda-feira, 14 de outubro de 2024
Whey de maconha

Whey de maconha: novo suplemento usa a semente da planta

Não há comparações diretas com o whey protein convencional

Postado em 2 de outubro de 2024 por Micael Silva
Whey protein de cânhamo tem chamado atenção devido aos potenciais benefícios para a saúde Foto: Anna Efetova/Getty Images/Veja Saúde
Whey protein de cânhamo tem chamado atenção devido aos potenciais benefícios para a saúde Foto: Anna Efetova/Getty Images/Veja Saúde

Quando se fala em suplementação, a criatividade é o que há de mais importante. Recentemente, o whey protein, um dos favoritos entre os entusiastas do fitness, ganhou uma nova versão inovadora: o whey protein à base de cânhamo.

É fundamental esclarecer que essa formulação utiliza o pó de cânhamo como ingrediente principal. A semente da cannabis contém níveis quase insignificantes de tetrahidrocanabinol (THC), a substância psicoativa associada à planta.

Portanto, não se preocupe: ninguém ficará alterado antes do treino!

“O ingrediente é rico em proteínas de alta qualidade, ácidos graxos ômega 3 e 6, fibras, vitaminas e minerais. No entanto, a proteína de cânhamo contém fatores antinutricionais, como ácido fítico, glicosinolatos e inibidores de proteases, o que dificulta a absorção eficaz de todos os nutrientes”, explica o nutricionista Gustavo Duarte Pimentel, membro da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE).

Apesar disso, Pimentel ressalta que as pesquisas científicas ainda limitam as evidências sobre os benefícios do cânhamo nesse contexto. Enquanto dois estudos publicados no periódico Plants confirmam seu valor nutricional, pesquisas no Journal of Food Biochemistry e na revista Endocrine indicam que as vantagens práticas são mínimas.

Além disso, não há comparações diretas com o whey protein convencional. “Um não compete com o outro. O whey tradicional é mais completo em aminoácidos essenciais, especialmente a leucina. Também é praticamente isento de fatores antinutricionais e a digestão costuma ser mais eficiente, pois quase não contém fibras”, acrescenta Pimentel.

O especialista da ABNE também alerta sobre as promessas feitas em relação aos chamados “superalimentos”.

“É essencial buscar informações fundamentadas em estudos científicos e desconfiar de alegações de saúde que não são comprovadas”, enfatiza Pimentel. “Mesmo alimentos saudáveis podem se tornar prejudiciais se consumidos em excesso. Por exemplo, a ingestão excessiva de certos superalimentos pode resultar em desequilíbrios nutricionais ou efeitos adversos”, complementa.

Vale ressaltar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não autoriza a venda de alimentos ou suplementos à base de cânhamo no Brasil.

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