A técnica de aprendizado desenvolvida por Richard Feynman, físico e ganhador do Prêmio Nobel, é uma ferramenta prática e eficaz para dominar novos conhecimentos. Ao focar na explicação simplificada de conceitos complexos, o método auxilia na organização do pensamento e na identificação de lacunas no entendimento, tornando o aprendizado mais eficiente.

Mas a chamada “técnica Feynman”, que tem ganhado tração nas redes sociais, não foi criada pelo próprio cientista. Na verdade, ela é derivada do método de estudo do físico e está mais ou menos descrita na biografia “Genius: The Life and Science of Richard Feynman (Gênio: A vida e a Ciência de Richard Feynman, em tradução literal)”, de James Gleick, escrita em 1992.

Composta por quatro etapas, a abordagem começa com o exercício de ensinar o conteúdo para alguém sem conhecimento prévio, o que exige a simplificação e estruturação da informação de forma clara. Ao fazer isso, surgem lacunas no entendimento que precisam ser preenchidas por meio de revisões do material original. A partir daí, o conceito é reorganizado de forma mais simples, garantindo maior clareza e domínio sobre o tema.

Embora opcional, compartilhar o que foi aprendido, seja em uma conversa ou em um ambiente formal, reforça ainda mais a estruturação do conhecimento. Essa prática pode ser aplicada a praticamente qualquer área de estudo, tornando o método de Feynman uma ferramenta valiosa para o aprendizado contínuo.

Sobre o físico

Richard Feynman foi um físico considerado um dos pioneiros da eletrodinâmica quântica. As descobertas na área fizeram com que ele fosse agraciado com o Prêmio Nobel de Física, em 1965. Ele morreu vítima de câncer, em 1988, aos 69 anos.

A técnica de aprendizado de Richard Feynman é dividida em quatro etapas, cada uma projetada para ajudar a dominar qualquer conceito de forma mais eficaz. Todos os passos da “técnica Feynman” devem ser feitos em sequência — sem pular ou antecipar qualquer etapa:

Passo 1 – Definir tema de estudo

O primeiro passo da “Técnica Feynman” visa definir o tema que será estudado. Depois de escolhê-lo, é necessário o estudar a fundo, usando recursos como livros didáticos. Nesse ponto, não é preciso dominar o tema completamente, apenas reunir informações suficientes para formar um entendimento básico.

Passo 2 – Ensinar

Em seguida, o tema deve ser ensinado a outra pessoa. Quem preferir evitar ensinar alguém pode ensinar para um público imaginário. No entanto, Feynman destaca que o recurso funciona melhor quando aplicado a uma pessoa real. Afinal, elas poderão dar feedback e avisar quando algo não estiver claro. O ideal é que a pessoa que está sendo ensinada faça perguntas. Isso pode parecer um pouco desconfortável, mas, de acordo com a técnica, é necessário para que a pessoa prossiga para a etapa 3.

Passo 3 – Identificar as lacunas e voltar ao material de origem

O terceiro passo envolve voltar a estudar, mas com foco intenso nas partes que anteriormente não ficaram tão claras. O objetivo é remover essas dúvidas. Também é preciso rever o material original e checar quais erros foram cometidos durante a explicação no passo 2.

Passo 4 – Simplificar a informação

Na última etapa, é necessário simplificar o conteúdo. Aqui, o indivíduo deve construir uma compreensão coesa de um assunto, ao ponto de ser capaz de explicar algo que até mesmo crianças pequenas possam entender.

*com informações do portal Exame e Valor Econômico

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