Bolsonaro chama candidatura de direita sem ele de “utopia” e avalia revisão de inelegibilidade
Ex-presidente afirma que tentativas de criar lideranças conservadoras não prosperaram e que ele “sabe a linguagem do povo”
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (29) que considerar uma candidatura de direita sem ele nas eleições de 2026 é “utopia”. Em encontro com a bancada do PL no Senado, Bolsonaro mencionou que tentativas anteriores de criar lideranças conservadoras não prosperaram. Segundo ele, os nomes que tentaram ganhar espaço “não chegaram a lugar nenhum” e “não sabem a linguagem do povo”. “Todos que tentaram se impor como líderes por meio de likes e lacração ficaram pelo caminho. São conhecidos como estrategistas intergalácticos”, disse Bolsonaro, com ironia.
Bolsonaro segue inelegível até 2030 após uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que reconheceu abuso de poder político e uso inadequado dos meios de comunicação em reunião com embaixadores durante a campanha eleitoral de 2022. Apesar disso, ele sugeriu que há possibilidade de revisão dessa decisão, indicando que a questão pode avançar para o Supremo Tribunal Federal (STF). “Posso recorrer para uma futura candidatura. O primeiro passo é o TSE. Tudo pode acontecer”, pontuou.
Ainda sobre a disputa em 2026, Bolsonaro evitou citar possíveis nomes para uma chapa, preferindo destacar que considera a anistia dos presos pelos atos de 8 de janeiro mais importante do que o fim de sua inelegibilidade. Esse tema está em discussão em um projeto de lei na Câmara dos Deputados.
Em paralelo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou lealdade a Bolsonaro para 2026, afirmando em entrevista à CNN que permanecerá ao lado do ex-presidente. Dentro da direita, Tarcísio é visto como uma possível escolha para representar o campo conservador em caso de inelegibilidade de Bolsonaro.
Por fim, Bolsonaro comentou que sua esposa, Michelle Bolsonaro, cogita disputar uma vaga no Senado pelo Distrito Federal, embora, segundo ele, “não seja muito afeita à política”. Bolsonaro expressou confiança nas chances de Michelle, lembrando sua atuação ao lado de Damares Alves na última campanha.