Resumo do primeiro dia da Cúpula de Líderes do G20
Brasil lidera lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza com adesão de 82 países
O primeiro dia da Cúpula de Líderes do G20 foi marcado por reuniões importantes, com os chefes de Estado discutindo temas cruciais. As sessões seguirão nesta terça-feira (19), quando o comunicado final será lido. No início do dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Primeira-Dama, Rosângela Lula da Silva, recepcionaram os participantes. Ao longo de segunda-feira (18), duas sessões de discussões destacaram-se: uma sobre a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, e outra sobre a reforma da governança global.
Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza
Considerada uma das maiores conquistas do Brasil na presidência rotativa do G20, a criação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza foi formalizada, com 82 países aderindo à iniciativa. Entre os signatários, estavam grandes potências como Estados Unidos, China, França e Alemanha. A adesão da Argentina, que foi uma das últimas a declarar apoio, gerou especulações sobre a postura do presidente Javier Milei, que recentemente adotou uma linha mais rígida, alinhando-se a uma agenda conservadora com Donald Trump. Durante o evento, foi perceptível a “frieza” no encontro entre Milei e Lula, destacada pela imprensa argentina, devido a declarações anteriores de Milei contra o presidente brasileiro.
Ausências e atrasos
A foto oficial da Cúpula, que reuniu as principais lideranças globais, teve algumas ausências notáveis. O presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, chegaram atrasados devido a uma reunião bilateral. Além disso, a primeira-ministra da Itália, Georgia Meloni, também não participou da foto, embora o motivo não tenha sido esclarecido.
Apoios dos EUA e China
Em relação aos apoios internacionais, durante a sessão sobre a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, a China anunciou sua intensificação de apoio ao Sul Global, com uma iniciativa de inovações científicas e tecnológicas. Por outro lado, os Estados Unidos, através do presidente Biden, comprometeram-se a contribuir com US$ 4 bilhões para o fundo da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), visando auxiliar os países mais pobres.
Geopolítica como ponto de tensão
A geopolítica, especialmente questões como as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, continua a ser um tema controverso no G20. As economias desenvolvidas tendem a apoiar a defesa de Ucrânia e Israel, enquanto outros países do bloco pedem uma postura mais crítica em relação aos conflitos. A questão foi abordada nos bastidores, com diplomatas debatendo as versões finais da declaração da cúpula.
Expectativas para o comunicado final
Com o encerramento do primeiro dia de discussões, o Brasil trabalha para garantir que a versão final do comunicado não seja alterada, especialmente em relação à abordagem da Rússia e aos temas geopolíticos. O premiê britânico, Keir Starmer, por exemplo, defendeu uma postura mais firme sobre a “guerra ilegal da Rússia na Ucrânia”. O comunicado final deverá ser lido na terça-feira (19), encerrando a cúpula.