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quinta-feira, 21 de novembro de 2024
CIÊNCIA E SAÚDE

Vacina bacteriana pode revolucionar tratamento contra o câncer

Estudo de pesquisadores da Universidade de Columbia abre caminho para nova classe de imunoterapias ao “ensinar” o corpo a combater células tumorais

Postado em 20 de novembro de 2024 por Thais Aires

Pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, anunciaram um avanço significativo no combate ao câncer: uma vacina bacteriana que “educa” o sistema imunológico para destruir células tumorais. Desenvolvida inicialmente em camundongos com câncer colorretal avançado e melanoma, a nova abordagem mostrou-se eficaz tanto no controle quanto na eliminação de tumores primários e metástases.

O diferencial da vacina está no uso de bactérias programadas para identificar mutações genéticas específicas de cada tumor e, assim, atacar apenas as células cancerígenas. De acordo com Nicholas Arpaia, professor associado de Microbiologia e Imunologia da Universidade de Columbia, as bactérias são capazes de entregar altas concentrações de medicamentos diretamente no tumor, evitando efeitos colaterais no restante do corpo.

“Essa abordagem permite modular localmente o sistema imunológico, maximizando a eficácia do tratamento sem danificar os tecidos saudáveis”, explica Arpaia.

Testes mostram eficácia em tumores sólidos e metástases

Nos testes em laboratório, a vacina foi capaz de suprimir o crescimento de tumores sólidos, aumentar a sobrevivência dos camundongos e prevenir possíveis recorrências. Isso é especialmente relevante para tumores sólidos avançados, que muitas vezes não respondem bem às imunoterapias disponíveis atualmente.

Para aplicar a tecnologia em humanos, o primeiro passo seria sequenciar o câncer do paciente, identificando suas mutações genéticas. Com essas informações, bactérias personalizadas seriam criadas para direcionar os ataques ao tumor. A expectativa dos cientistas é de que todo o processo, da análise à fabricação da vacina, possa ser realizado em um curto intervalo de tempo.

O estudo, publicado na renomada revista científica Nature, foi recebido com entusiasmo pela comunidade científica, que vê na pesquisa um potencial marco no desenvolvimento de vacinas oncológicas. Embora ainda seja necessário avançar para testes clínicos em humanos, a descoberta representa uma nova direção no combate ao câncer, utilizando o próprio sistema imunológico como principal aliado.

 

 

 

 

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