Pesquisadores brasileiros desenvolvem pele artificial 3D
O projeto busca criar um modelo de pele diabética com feridas crônicas, bem como desenvolver curativos específicos
Pesquisadores brasileiros criaram um modelo de pele artificial por meio de impressão tridimensional (3D), cujas características se aproximam das do tecido humano. Batizado de Human Skin Equivalent with Hypodermis (HSEH), o modelo poderá ser utilizado em estudos voltados para o tratamento de doenças e lesões, como queimaduras e feridas, além de contribuir para o desenvolvimento de medicamentos e cosméticos, eliminando a necessidade de testes em animais.
A produção do material envolve células-tronco, que podem se transformar em diferentes tipos celulares, e células primárias, obtidas diretamente de tecidos humanos. A pesquisa foi apresentada em Madri, durante a Fapesp Week Spain, evento que promoveu colaborações entre pesquisadores de São Paulo e da Espanha.
Desenvolvimento
A camada mais profunda, a hipoderme, é essencial por sua atuação na hidratação, diferenciação celular e imunidade, funções que outros modelos anteriores negligenciavam. Usando técnicas de engenharia de tecidos, os pesquisadores desenvolveram um equivalente de pele humana de espessura total, incluindo a hipoderme. Esse avanço cria um ambiente celular mais próximo ao real, permitindo estudos mais precisos sobre doenças e toxicidade.
Os pesquisadores pretendem produzir essa pele artificial tanto para pesquisas internas quanto para colaboração com outras instituições. Entre os objetivos, está o desenvolvimento de enxertos para tratar ferimentos e queimaduras. Além disso, com apoio da Fapesp e da Netherlands Organisation for Scientific Research (NWO), o projeto busca criar um modelo de pele diabética com feridas crônicas, bem como desenvolver curativos específicos.
Outro projeto destacado no evento foi liderado por pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC), que utilizam biologia sintética para criar biossensores genéticos capazes de monitorar a contaminação ambiental por metais, como mercúrio e manganês. Esses biossensores, baseados em circuitos genéticos de DNA, RNA e proteínas, oferecem uma alternativa eficiente e de baixo custo ao uso de equipamentos tradicionais.