Itamaraty nega deportação de brasileiros pelo Reino Unido
The Guardian, que revelou que 629 brasileiros – incluindo 109 crianças – foram enviados de volta ao Brasil em três voos realizados entre agosto e setembro deste ano
O governo brasileiro refutou neste domingo (1º/12) a informação de que mais de 600 brasileiros teriam sido deportados do Reino Unido nos últimos meses.
A declaração foi uma resposta à reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian, que revelou que 629 brasileiros – incluindo 109 crianças – foram enviados de volta ao Brasil em três voos realizados entre agosto e setembro deste ano.
Deportação de brasileiros
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, os voos foram organizados como parte do Programa de Retorno Voluntário (VRS, na sigla em inglês), mantido pelo Departamento do Interior britânico. A operação utilizou voos comerciais e ofereceu auxílio aos participantes, que teriam optado por retornar de forma voluntária.
“O VRS oferece passagens aéreas para os migrantes que desejam retornar a seus países de origem, além de auxílio financeiro para se restabelecerem em suas cidades natais”, informou o Itamaraty em nota oficial. O programa foi apresentado pelo Reino Unido como uma alternativa para migrantes em situação irregular que desejavam regularizar sua saída do país.
Leia mais: Reino Unido deporta mais de 600 brasileiros; 109 são crianças
O governo brasileiro justificou a autorização para a participação de seus cidadãos no programa alegando que a proposta britânica está alinhada com os princípios da assistência consular. “O consentimento brasileiro ao programa baseia-se no requisito de que a participação dos nacionais é voluntária e poderá ser revisto, a qualquer tempo, caso esses termos sejam alterados”, destacou o comunicado oficial.
De acordo com a reportagem do The Guardian, o número de brasileiros envolvidos na operação é inédito e reflete a intensificação das medidas britânicas contra a imigração ilegal. A inclusão de 109 crianças no grupo deportado chamou atenção, uma vez que muitas delas já estavam matriculadas em escolas do Reino Unido.