Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro para assuntos internacionais, foi condenado por racismo nesta segunda-feira (16) pela Justiça Federal de Brasília. Ele terá que cumprir 850 horas de serviços comunitários, pagar R$ 22 mil em multas e R$ 30 mil por danos morais.

O caso ocorreu em 25 de março de 2021, durante uma sessão remota do Senado. Martins fez gestos com a mão direita que remetem à expressão “white power” (poder branco), símbolo amplamente utilizado por supremacistas nos EUA. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o ato foi “livre e consciente”, transmitido ao vivo por diversos veículos de comunicação.

Martins alegou estar apenas “ajeitando o terno”, mas a perícia descartou essa justificativa, apontando que o movimento era incompatível com o ajuste da vestimenta e intencionalmente representava o gesto de “OK”.

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O juiz federal David Wilson de Abreu Pardo, em uma sentença de 66 páginas, concluiu que o gesto foi deliberado e destacou o contexto da transmissão pública. Ele também rejeitou o argumento da defesa de que o “OK” seria um gesto inocente.

Além dessa condenação, Martins é investigado pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado, acusado de envolvimento na redação da “minuta do golpe” durante o governo Bolsonaro.