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sexta-feira, 3 de janeiro de 2025
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Desigualdade Social

Aumenta em 25% o número de pessoas em situação de rua no Brasil

Em dezembro de 2023, havia 261.653 pessoas nesta condição, enquanto em dezembro de 2024 esse total subiu para 327.925

Postado em 3 de janeiro de 2025 por Micael Silva
O número de pessoas em situação de rua no Brasil registrou um aumento de cerca de 25% Foto: José Cruz/Agência Brasil
O número de pessoas em situação de rua no Brasil registrou um aumento de cerca de 25% Foto: José Cruz/Agência Brasil

O número de pessoas em situação de rua no Brasil registrou um aumento de cerca de 25%. Em dezembro de 2023, havia 261.653 pessoas nesta condição, enquanto em dezembro de 2024 esse total subiu para 327.925. Esses dados são do levantamento mais recente do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/POLOS-UFMG). O número atual é 14 vezes maior do que o registrado em 2013, quando 22.922 pessoas estavam em situação de rua em todo o país.

O estudo foi realizado com base no Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico), que coleta informações de beneficiários de programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Esses dados são usados ​​para avaliar a vulnerabilidade social e determinar a distribuição dos repasses do governo federal para os municípios.

A Região Sudeste concentra 63% da população em situação de rua do Brasil, com 204.714 pessoas, seguida pela Região Nordeste, com 47.419 pessoas (14%). Em São Paulo, que representa 43% do total nacional, o número de pessoas na rua passou de 106.857 em dezembro de 2023 para 139.799 em dezembro de 2024. Este valor é 12 vezes maior do que o registrado em 2013, quando eram 10.890. O Rio de Janeiro, com 30.801 pessoas, e Minas Gerais, com 30.244, aparecem em seguida.

Leia mais: Pessoas em situação de rua poderão requerer benefícios e aposentadoria pelo INSS

Segundo André Luiz Freitas Dias, coordenador do Observatório, o aumento da população em situação de rua pode ser atribuído ao fortalecimento do CadÚnico como principal ferramenta de registro e acesso às políticas públicas sociais, além da falta de políticas públicas estruturantes, como moradia, emprego e educação.

O levantamento também mostrou que sete em cada dez pessoas em situação de rua não completaram o ensino fundamental, e 11% são analfabetas, o que dificulta o acesso a oportunidades de trabalho nas cidades.

Robson César Correia de Mendonça, do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, destacou que o Censo Demográfico de 2022, do IBGE, revelou que a cidade de São Paulo possui cerca de 590 mil imóveis vazios, número bem superior ao de pessoas em situação de rua na capital, estimada em 92.556. Para ele, a disparidade entre a quantidade de imóveis ociosos e a população em situação de rua indica uma falta de vontade política para resolver o problema. Mendonça sugere que a transformação desses imóveis em moradias poderia aliviar uma parte significativa da procura habitacional e reduzir os custos com albergues e outras soluções temporárias.

A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social de São Paulo não divulgou dados atualizados sobre a população em situação de rua no estado, mas informou que, em 2024, cerca de R$ 156 milhões dos R$ 240 milhões do Fundo Estadual de Assistência Social foram destinados aos serviços de Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade nos municípios.

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