Neste sábado (4), o mundo celebra o Dia Mundial do Braille, uma data instituída pelas Nações Unidas para reforçar a importância desse sistema de comunicação no reconhecimento e na promoção dos direitos humanos das pessoas com deficiência visual. Criado por Louis Braille no século XIX, o sistema tátil revolucionou a forma como esse público acessa informações, educação e cultura, indo muito além de simples pontinhos em relevo.

O Braille não é apenas um código alfabético e numérico. Ele também abrange representações de símbolos musicais, matemáticos e científicos, possibilitando que pessoas cegas ou com baixa visão acessem conteúdos de diferentes áreas do conhecimento. Cada caractere é formado por uma combinação de seis pontos em duas colunas verticais, que podem ser lidos da esquerda para a direita por meio do toque.

O sistema recebeu o nome de seu criador, Louis Braille, que ficou cego aos três anos de idade devido a um acidente. Aos 15 anos, ele apresentou seu código, que viria a ser amplamente adotado por comunidades cegas ao redor do mundo. Hoje, o Braille simboliza não apenas um método de leitura e escrita, mas também um caminho para a inclusão social, educacional e cultural.

Inclusão e desafios

Apesar de sua importância, as pessoas com deficiência visual enfrentam desafios significativos em diversas áreas, como acesso à educação, ao mercado de trabalho e à participação comunitária. Segundo a ONU, o grupo também está mais suscetível à pobreza, à violência e ao isolamento social. Durante a pandemia de Covid-19, por exemplo, o Braille desempenhou um papel crucial ao ser utilizado em materiais acessíveis para orientar a população sobre medidas de prevenção. Contudo, muitos ainda enfrentaram dificuldades devido à falta de informações adaptadas.

No Brasil, o Ministério da Educação (MEC) tem investido em iniciativas para ampliar a inclusão de estudantes cegos ou com baixa visão. Em 2024, milhares de alunos foram beneficiados por programas promovidos pela Diretoria de Políticas da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Essas ações visam consolidar a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI).

Um instrumento de liberdade

O Braille representa a liberdade de expressão e opinião para milhões de pessoas em todo o mundo. Neste Dia Mundial do Braille, a ONU reforça a necessidade de garantir que mais pessoas tenham acesso a esse recurso e que barreiras sejam eliminadas para construir uma sociedade mais inclusiva.

Mais do que um sistema de leitura, o Braille é um símbolo de resistência e de direitos humanos, reafirmando que a inclusão começa pela acessibilidade.

A construção de um mundo verdadeiramente inclusivo exige esforços contínuos de governos, instituições e sociedade. Isso significa garantir que tecnologias e materiais em Braille estejam amplamente disponíveis e promover ações que ampliem o respeito à diversidade. A inclusão vai além de oferecer recursos; é sobre criar oportunidades e reconhecer que cada pessoa tem um papel essencial na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.