Partidos se unem em torno de projeto de poder para 2026
Todos os envolvidos em acordos para as aglutinações estão com receio de precipitar informações por temer o enfraquecimento dos acordos
As eleições municipais ofereceram informações, por meio dos votos, para os partidos políticos se prepararem para 2026. O processo de reorganização já começou. Há três anos, a fusão do Partido Social Liberal (PSL) e dos Democratas (DEM), que resultou no União Brasil (UB), indicou uma alternativa aos grupos políticos para conquistar mais cadeiras nos legislativos e nos executivos. No começo de 2025, o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) articulam uma unidade política para se fortalecer. Da mesma forma, novamente o UB quer aglutinar o Partido Progressista (PP) e o Republicanos, mas, dessa vez, para compor um bloco e aumentar o poder de barganha sem que isso signifique o fim das siglas.
A assessoria de comunicação de uma das lideranças do PSD, Vanderlan Cardoso aponta que “na verdade, o que há até o momento são rumores. Não tem nada encaminhado. O PSD é o partido com o maior número de prefeitos no Brasil, é a maior bancada no Senado e tem prefeitos em cidades importantes. Por isso sempre surgem conversas no sentido de fusão com outras legendas. Mas por enquanto é só isso.” A assessoria ainda informou que “o senador Vanderlan deve se encontrar com o presidente nacional, Gilberto Kassab, e o assunto deve entrar em pauta. O Brasil é grande e as realidades regionais precisam ser levadas em conta antes de uma decisão como essa. Mas não há nada palpável ainda.”
A articulação do PSDB entra em convergência com uma de suas principais necessidades, a sobrevivência política. Nos últimos anos, o partido vem encontrando dificuldades em se adaptar aos novos tempos. Com isso, vem perdendo espaço e relevância no cenário nacional. Mas o plano pode encontrar grandes desafios como aponta uma entrevista de Gilberto Kassab a um jornal de âmbito nacional. Kassab explica que um modelo de aliança, federação, fusão ou incorporação com um partido que possui quadros qualificados pode fortalecer ambas as partes envolvidas.
A liderança esclarece que o PSD dará início à análise, sob a coordenação das direções estaduais, dos projetos locais de candidaturas próprias e possíveis coligações. Após a conclusão dessa etapa, poderá avaliar as alternativas a nível nacional, tanto no âmbito partidário quanto eleitoral. Demonstrando que não há inclinação imediata sem fazer avaliações profundas com os seus mandatários locais.
Leia mais: Federações atuais tendem a manter ou expandir em número de partidos
No mesmo engajamento, Marconi Perillo, líder e interlocutor do PSDB para uma possível integração, tenta fomentar o fortalecimento dessa união explicando que o partido já foi procurado por diversos outros partidos, com diversas propostas, como o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o União Brasil, o Republicanos, Podemos (PODE) e o Solidariedade. No entanto, declaração entra em desacordo com outros planos já articulados e previamente divulgados entre esses partidos supracitados.
Em acordo entre UB, PP e o Republicanos, um dos problemas que cercam o acordo, está na candidatura de Hugo Motta (Republicanos), apoiado pelos dois últimos, à presidência da Câmara dos Deputados e esvaziar a votação de Elmar Nascimento (União). Ainda assim, o UB, de forma contraditória, se articulou com a aliança de Hugo Motta. Os aliados que apoiam a criação da federação entre os partidos acreditam que, em 2025, possivelmente, vão ser concretizadas.
Todos os partidos envolvidos em acordos para as aglutinações em torno de um projeto para aumentar a influência dos seus respectivos partidos estão com receio de precipitar prévias aos veículos de comunicação por temer de enfraquecimento dos acordos, tendo em vista que a demonstração de intenções pode diminuir as vantagens que usufruem com o suspense das futuras parcerias.