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terça-feira, 28 de janeiro de 2025
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dicas higiene

Esponja de cozinha e o perigo das bactérias

Estudos alertam para os riscos à saúde e oferecem dicas de como evitar infecções

Postado em 28 de janeiro de 2025 por Luana Carvalho
Podem abrigar até 10 tipos de bactérias patogênicas, aumentando os riscos de infecções e intoxicações alimentares. | Foto: Reprodução

A esponja de cozinha, um utensílio tão comum no dia a dia, é frequentemente vista como uma ferramenta de higiene simples e eficiente para a limpeza de louças e utensílios. Porém, poucos sabem que esse objeto poroso, muitas vezes negligenciado, pode ser um dos maiores focos de contaminação em nossas casas. Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Giessen, na Alemanha, revelou que as esponjas podem acumular mais bactérias do que até mesmo um vaso sanitário, tornando-se um terreno fértil para a proliferação de microrganismos prejudiciais à saúde.

A estrutura porosa da esponja é o principal fator que favorece o crescimento de bactérias. Quando molhada, a esponja retém água e restos de alimentos, criando um ambiente úmido e quente, ideal para a proliferação de microrganismos. Segundo a pesquisa da Universidade de Giessen, cinco dos dez grupos mais comuns de bactérias, conhecidos por causarem infecções, foram encontrados nas esponjas analisadas. Além disso, as esponjas também podem abrigar fungos e outros microrganismos patogênicos.

Esses microrganismos podem ser provenientes dos mais diversos alimentos preparados e lavados na cozinha. Carnes cruas, ovos, vegetais, e até mesmo resíduos de alimentos processados, podem ser fontes de contaminação. Quando a esponja é utilizada para lavar a louça, ela entra em contato com esses resíduos e retém as bactérias e vírus presentes. Mesmo após o uso da esponja, essas bactérias podem permanecer nela e, ao entrarem em contato com outros alimentos ou superfícies, acabar contaminando os moradores da casa.

O estudo da Universidade de Giessen ainda destaca que a quantidade de bactérias presente nas esponjas de cozinha pode ser maior do que a encontrada em um vaso sanitário. Isso ocorre porque, além da umidade e restos de alimentos, a esponja fica frequentemente armazenada em ambientes fechados e úmidos, favorecendo a multiplicação dos microrganismos. Como resultado, ao contrário do que se poderia imaginar, o utensílio que usamos para limpar a cozinha pode ser mais sujo e perigoso do que o próprio banheiro.

Sinais de que a esponja precisa ser trocada

Muitas pessoas têm o hábito de manter a mesma esponja por semanas ou até meses, sem perceber os sinais de que ela já não é mais segura. No entanto, especialistas alertam para a importância de realizar a troca da esponja com mais frequência, a fim de evitar riscos à saúde. Segundo a Universidade de Sonora, no México, a recomendação é substituir a esponja a cada 15 dias, mas se ela apresentar algum dos seguintes sinais, a troca deve ser feita imediatamente:

Fibras separadas ou danificadas: Se a esponja começar a desfiar ou perder as fibras, ela pode acumular mais sujeira e ser menos eficaz na limpeza.

Mudança de cor: Esponjas com manchas ou mudanças de cor podem estar indicando o crescimento de fungos ou bactérias.

Deformação ou amolecimento: Quando a esponja fica mole ou deformada, ela perde a capacidade de esfregar e limpar de maneira eficaz, além de ser um ambiente mais propício para o crescimento bacteriano.

Mau odor: O cheiro de “umidade” é um forte indicativo de que a esponja está acumulando bactérias, o que pode resultar em infecções.

Sensação pegajosa: Se a esponja se tornar pegajosa ao toque, isso pode ser sinal de que ela está contaminada com microrganismos perigosos.

Presença de manchas escuras: Pontos pretos ou brancos nas fibras indicam a presença de fungos ou outros microrganismos.

Mesmo sem sinais visíveis, as esponjas já começam a acumular bactérias logo após o primeiro uso. As bactérias se multiplicam rapidamente e, após um mês de uso contínuo, a concentração de microrganismos pode atingir níveis alarmantes. Por isso, a recomendação é que as esponjas sejam substituídas no máximo a cada 30 dias.

Dicas para prolongar a vida útil da esponja

Embora a troca regular seja fundamental para manter a higiene da cozinha, alguns cuidados podem ajudar a prolongar a vida útil da esponja e reduzir a proliferação de bactérias. Entre as melhores práticas para manter a esponja mais limpa e segura estão:

Retire restos de comida antes de lavar: Antes de usar a esponja, retire os resíduos de alimentos dos pratos com um guardanapo ou toalha de papel. Isso impede que partículas de comida fiquem acumuladas na esponja, criando um terreno fértil para a multiplicação de bactérias.

Evite deixar a esponja submersa em água: Após o uso, é fundamental espremer a esponja para retirar o excesso de água. Deixar a esponja submersa, mesmo em água com sabão, favorece o crescimento de bactérias. O ideal é descartar a água utilizada para lavar os pratos imediatamente.

Higienização com água sanitária: Uma solução de água e água sanitária pode ser eficiente para desinfetar a esponja. A proporção recomendada é de 9 partes de água para 1 parte de água sanitária. Deixe a esponja de molho por pelo menos 30 segundos, depois enxágue bem e deixe secar completamente.

Fervura semanal: Fervendo a esponja em água quente uma vez por semana, é possível eliminar até 60% das bactérias presentes nela. Esse método é eficaz para higienizar esponjas mais usadas e evitar que se tornem um foco de contaminação.

Alternativas sustentáveis e seguras

A busca por alternativas mais ecológicas também tem ganhado destaque nos últimos anos. As esponjas vegetais, feitas de luffa ou outras plantas, são uma excelente opção para quem deseja reduzir o impacto ambiental sem abrir mão da eficácia na limpeza. As esponjas de luffa são biodegradáveis e não contêm produtos químicos, sendo uma escolha mais saudável e amiga do meio ambiente.

Além disso, é importante adotar hábitos preventivos para evitar que a esponja se contamine com bactérias. Após o uso, enxágue bem a esponja em água corrente até que não saia mais espuma, torça-a para retirar o excesso de água e guarde-a em um local seco, como o escorredor de louças. Nunca deixe a esponja em recipientes úmidos ou sobre o sabão, pois isso favorece a proliferação de microrganismos.

Embora as esponjas de cozinha sejam ferramentas indispensáveis na limpeza do dia a dia, é fundamental entender os riscos que elas representam à saúde. Sua estrutura porosa e a capacidade de reter água e resíduos alimentares tornam-na um ambiente ideal para a proliferação de bactérias, fungos e outros microrganismos.

A substituição regular da esponja, a adoção de práticas de higienização eficazes e a escolha de alternativas mais sustentáveis são passos fundamentais para garantir que esse item não se torne um foco de contaminação. Manter a cozinha limpa e segura depende não apenas da aparência da esponja, mas também de como ela é utilizada e cuidada.

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