As altas temperaturas do verão costumam convidar as crianças e adultos para banhos gelados ou um mergulho refrescante na piscina. No entanto, especialistas alertam que essas práticas podem representar riscos à saúde dos pequenos quando realizadas de maneira brusca. O choque térmico, ocasionado pela mudança abrupta de temperatura, exige atenção redobrada dos pais e cuidadores.

De acordo com a pediatra Carolina Mendes, a passagem rápida de um ambiente muito quente para um muito frio pode afetar a dinâmica cardiovascular do corpo. “Os vasos sanguíneos se dilatam em temperaturas altas para dissipar o calor e se contraem no frio para preservá-lo. Essa adaptação exige tempo, e, em crianças, o processo é ainda mais sensível devido à superfície corporal menor e à dificuldade de regulação térmica”, explica.

Quando expostas a essas mudanças, as crianças podem apresentar alterações na pressão arterial e na frequência cardíaca. No caso de calor intenso seguido por uma entrada abrupta em água fria, há o risco de aumento da pressão arterial e aceleração dos batimentos cardíacos. Na situação inversa, ao saírem do frio para um ambiente quente, podem surgir tonturas e queda de pressão.

Prevenção é essencial

A principal recomendação para evitar o choque térmico é realizar a transição de temperaturas de forma gradual. Caso a criança esteja muito quente devido ao calor ou atividade física, o ideal é iniciar o banho ou a entrada na piscina molhando aos poucos partes do corpo, como mãos, braços e pernas. Isso permite que o organismo se adapte e evita sobrecargas no sistema cardiovascular.

Pais e cuidadores devem estar atentos para garantir que os pequenos estejam protegidos contra variações extremas de temperatura. Além de prevenir o choque térmico, é importante reforçar o uso de protetor solar e manter a hidratação em dias de calor intenso. A consciência sobre esses cuidados simples pode evitar desconfortos e preservar o bem-estar das crianças durante o verão.