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terça-feira, 4 de fevereiro de 2025
Xadrez político

O ‘ganha-ganha’ por trás da possível aliança entre MDB e PL

Se governistas e bolsonaristas conseguirem costurar uma união de forças, cenário muda não apenas em 2026, mas também em 2030

Postado em 4 de fevereiro de 2025 por Felipe Cardoso
Ronaldo Caiado, Daniel Vilela, Wilder Morais, Jair Bolsonaro foto Reprodução
Ronaldo Caiado, Daniel Vilela, Wilder Morais, Jair Bolsonaro foto Reprodução

Um cenário até então visto como improvável ganhou novos contornos nos últimos meses. Trata-se de uma suposta aliança entre o MDB, de Daniel Vilela, e o PL, de Wilder Morais — leia-se Jair Bolsonaro. O caminho, ora desacreditado por muitos, agora não parece tão distante da realidade. 

Os motivos que levam uma fatia significativa da claque política a desconfiar da aliança são até compreensíveis. O principal deles passa por uma questão tida como ‘certa’: tanto Daniel quanto Wilder serão candidatos ao Governo de Goiás em 2026. Será? 

E é justamente essa incógnita que tem transformado a visão daqueles que, até ontem, viam a aliança como absolutamente impossível. Daniel é, e seguirá sendo, o candidato natural da base governista à sucessão de Ronaldo Caiado (UB). Agora, não se pode afirmar com a mesma precisão que Wilder entrará na disputa daquele ano. 

No entanto, aos olhos daqueles que acreditam (mais do que isso, defendem) uma composição entre as siglas, não apenas entrará, como estará ao lado de Daniel. Acontece que se o PL se aliar a Vilela, a leitura é que não há outro caminho senão a indicação de Wilder à vice. 

Se esse desenho acontecer, o entendimento nos bastidores da política goiana é de que todos ganham. O primeiro a ser beneficiado com isso é, sem dúvidas, o atual vice-governador. Acontece que Daniel eliminará do rol dos concorrentes um importante player político: o senador Wilder. Para além disso, será catapultado não apenas pelo poder da máquina, mas pela força do bolsonarismo goiano.

Em segundo lugar, quem ganha é o atual senador. Isso porque com o afastamento de Ronaldo Caiado, em março de 2026, Daniel assumirá posição de governador. Isso quer dizer que ele disputará, em outubro daquele ano, sua reeleição. Isso o impede de concorrer ao cargo em 2030, abrindo espaço a seu vice. Ou seja, será o momento de Wilder concorrer como sucessor e, consequentemente, detentor do peso da máquina nas mãos. 

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Em terceiro lugar, ganharia o ex-presidente da República Jair Bolsonaro. Como já mostrado pelo O Hoje, o ex-mandatário está absolutamente focado em ampliar o número de bolsonaristas no Congresso, em especial no Senado. Se conseguir costurar uma composição com o time caiadista, certamente vai barganhar uma das duas vagas ao Senado na chapa. Sendo assim, seu projeto nacional ganha força. Nos bastidores, a expectativa é de que o vereador Vitor Hugo (PL) tende a ser o escolhido.

Em quarto lugar, ganharia o indicado de Bolsonaro ao Senado. Como dito, Vitor Hugo é visto como ‘favorito’. Se vencer, sairia do posto de vereador e seria alçado à cadeira de senador da República. Ainda que não seja ele, cogita-se o nome do deputado federal Gustavo Gayer (PL) que, em caso de vitória, também levaria a melhor ao trocar de lado no Congresso e chegar à posição mais cobiçada do Legislativo brasileiro. 

O quinto a ‘ganhar’ seria o governador Ronaldo Caiado (UB) caso conseguisse, em paralelo a tudo isso, negociar o apoio de Bolsonaro na disputa presidencial de 2026. Esse, porém, é visto como o caminho mais difícil. Caminho que pode, inclusive, inviabilizar todos outros. Os defensores dessa tese acreditam que caso Caiado não crave o apoio de Bolsonaro para 2026, ele tende a colocar água no chopp dos entusiastas da aliança MDB-PL. Ou seja, nesse caso, a aposta é que tudo voltaria ao ‘normal’, com Daniel, Wilder e, quem sabe, Marconi Perillo na disputa pelo governo goiano. 

Aceno 

Conforme mostrado pelo O Hoje, Jair Bolsonaro declarou recentemente que não se oporia a uma aliança entre o senador Wilder Morais e o vice-governador Daniel Vilela. Em entrevista à Rádio Bandeirantes de Goiânia, Bolsonaro afirmou que, caso o governador Ronaldo Caiado apoie a composição, o PL poderia apoiar Vilela ao governo e indicar um nome ao Senado. “O que não pode é com o PT. O resto, fica à vontade. Se tiver interesse do Caiado, do Wilder, da minha parte, sem problema nenhum”, disse.

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