O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve citar o atual ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, como testemunha de que não houve uma trama golpista em 2022. Bolsonaro foi denunciado para o Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na última terça-feira (18), junto a outras 33 pessoas que, supostamente, participaram da tentativa de golpe. 

Bolsonaro mencionará o encontro com Múcio, em dezembro de 2022, em que tentava ajudar no contato do ministro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os comandantes das Forças Armadas, que relutaram em receber integrantes da equipe do petista. 

Múcio já tinha sido escolhido por Lula para chefiar a pasta da Defesa e decidiu visitar Bolsonaro no Palácio da Alvorada, por causa da resistência dos militares em realizar a transição militar. 

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Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, no último dia 10 de fevereiro, Múcio afirmou: “Eu recorri ao presidente Bolsonaro, que estava em Brasília. Foi meu colega de muitos anos, sempre tivemos uma relação muito boa e eu fui falar com ele. Disse ‘eu sou o novo ministro da Defesa, queria que você me ajudasse a fazer uma transição tranquila. Vai ser bom para o novo governo, vai ser bom para o seu governo, que está terminando. Você me conhece, eu não sou de conflito, de criar problema’. [Aí] ele telefonou para os 3 comandantes”. 

Para a defesa do ex-presidente, a declaração é uma prova material de que o ex-presidente não planejava um golpe de Estado que visava impedir a posse de Lula. A atitude, segundo a defesa, a conversa com Múcio é um indicativo que Bolsonaro colaborou com o ministro do governo Lula.