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Trocas na Esplanada

Lula opta por mais um aliado e centrão fica ‘a ver navios’ 

Gleisi Hoffmann assumirá às Relações Institucionais após Alexandre Padilha ser realocado para a Saúde   

Postado em 1 de março de 2025 por Raunner Vinicius Soares
Presidente Lula
“Sempre entendi que o exercício da política é o caminho para avançarmos no desenvolvimento do país”, diz nova secretária  

Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolher mais um aliado para compor o seu governo, centrão, que demandava por mais espaço dentro da gestão federal, fica ‘a ver navios’. O anúncio aconteceu, nesta sexta-feira (28), em meio a rumores de que o chefe do Executivo teria que resolver um grande dilema: nomear um possível futuro rival, porém abaixaria os ânimos no Congresso Nacional, ou um aliado, que dificilmente mudaria de lado nas eleições gerais de 2026. Dentro dessa conjectura, Lula opta pela segunda opção.  

Nessa movimentação, de acordo com a versão oficial, um dia antes do fim de semana, na parte da manhã, o presidente Lula se reuniu com a deputada federal e também presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, para a convidar a assumir a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Gleisi substituirá Alexandre Padilha, que foi recentemente indicado para o Ministério da Saúde. A posse da nova ministra está programada para a segunda-feira (10) de março. 

Em entrevista exclusiva ao Jornal O Hoje, o cientista político, Guilherme Carvalho, disse que um dos elementos que têm verificado dentre os pesquisadores da área, nos quais ele se inclui, é a distribuição de cargos para o próprio partido. “Tem sido um dos problemas das instabilidades do presidencialismo brasileiro, é a ampla distribuição de cargos para o próprio partido. Em especial, os cargos de maior relevância, que são aqueles do paço do planalto. Os ministros palacianos, digamos assim, dentre os quais, a Gleisi agora volta a integrar”, explica o especialista. 

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O cientista político lembra que a petista já foi ministra chefe da Casa Civil durante o governo Dilma. “Ela assume a vaga que era do Padilha e essa acaba sendo uma troca que não acrescenta nenhum dividendo para a distribuição que o governo precisa fazer, principalmente para agradar o centrão. Pensando não apenas em uma agenda de governabilidade, mas pensando também numa agenda eleitoral para 2026”, salienta. 

“Considero um erro de cálculo gigantesco, mas muito esperado, porque o PT é dado a esses erros típicos de cálculo. Acho que o PT agora tem uma opção. A opção é fazer o governo dar certo, por meio de políticas públicas e conseguir vender isso. Porque do contrário, se ele for depender da articulação que vem fazendo, o partido está fadado a ser derrotado”, afirma Guilherme Carvalho. 

O cientista ainda explica que o partido está compondo um projeto de poder de curto prazo. “Porque, ele [Lula] fez uma promessa de que faria um governo de composição com o centro. Isso foi razoavelmente observado no começo. Inclusive, a Nísia Trindade era uma indicação desse campo. Agora, a distribuição dos cargos, como estão sendo feitas, não joga na direção de um projeto mais longo do PT. Então, nesse sentido não vejo com bons olhos, pensando estruturalmente”, disse. 

Clima interno 

Em declaração à imprensa, o presidente Lula se manifestou sobre a indicação, destacando que Gleisi “vem para somar na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, na interlocução do Executivo com o Legislativo e demais entes federados”. 

Em pronunciamento depois do anúncio, na rede social X, antigo Twitter, Gleisi agradeceu a confiança de Lula. “Sempre entendi que o exercício da política é o caminho para avançarmos no desenvolvimento do país e melhorar a vida do nosso povo”, pontua a presidente do PT. “É dessa forma que espero corresponder à confiança do presidente, em uma construção conjunta com os partidos aliados, o Congresso Nacional e demais instituições”, disse. 

“Agradeço ao Partido dos Trabalhadores, dirigentes e militantes, pelo apoio que recebi nestes anos em que tive a honra de presidir o partido. Agradeço a confiança e o estímulo do presidente Lula neste novo desafio, na certeza de que vamos fazer o melhor pelo Brasil”, conclui Gleisi. 

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