Sem ar-condicionado, servidores compram ventiladores para suportar calor nos hospitais
Sindicato aciona prefeitura desde dezembro

Funcionários de unidades de saúde da cidade de São Paulo têm enfrentado calor no ambiente de trabalho sem ar-condicionado. Na Unidade de Vigilância em Saúde (UVIS) São Miguel, na zona leste, servidores compraram ventiladores por conta própria para tentar amenizar o calor. Segundo relatos, dois profissionais passaram mal em fevereiro devido às condições térmicas.
Calor nos hospitais
Os trabalhadores afirmam que o local não tem previsão para receber aparelhos de climatização. Além disso, o elevador da unidade está quebrado, obrigando os agentes de saúde a subir e descer escadas. Com um termômetro próprio, os servidores registraram 42°C dentro do prédio.
A situação se repete em hospitais e unidades de pronto atendimento. No Hospital Municipal Tide Setubal, em São Miguel Paulista, e no Professor Doutor Alípio Corrêa Netto, em Ermelino Matarazzo, termômetros indicaram mais de 32°C em áreas de atendimento. No Tide Setubal, funcionários também compraram ventiladores portáteis.
Desde dezembro, o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) notifica a prefeitura pedindo a instalação de ar-condicionado, ventiladores, pontos de hidratação e protetores solares para agentes de saúde. No dia 21 de fevereiro, quando os termômetros marcaram mais de 30°C na cidade, o sindicato reforçou as solicitações.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde afirmou que está realizando melhorias nos sistemas de climatização das unidades de saúde. A pasta informou que os hospitais Tide Setubal e Alípio Corrêa Netto passam por reformas que incluem ampliação dos leitos e adequações para conforto térmico.
O Sindsep destaca que o pedido de climatização se baseia no Plano de Ação Climática do Município de São Paulo, que considera temperaturas acima de 27°C como fator de desconforto térmico. Servidores relatam que pacientes também passam mal devido ao calor.

O Ministério da Saúde classifica os espaços de atendimento médico como vulneráveis ao calor, pois recebem grande fluxo diário de pessoas. Segundo especialistas, a exposição prolongada a temperaturas elevadas pode causar queda de pressão, tontura, desidratação e até risco de morte.