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sexta-feira, 21 de março de 2025
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TERIA CORAGEM?

Emprego dos sonhos? Agência paga R$ 31 mil para quem ficar deitado

Estudo busca voluntários para simular condições do espaço na Terra e promete avanços para a medicina; saiba mais detalhes

Postado em 20 de março de 2025 por Thais Aires
Deitado
Pesquisadores atendendo participantes do Vivaldi – experimento investiga a imersão a seco como uma técnica para estudar o impacto da microgravidade — Foto: ESA/Divulgação

Depois de um dia cansativo, quem nunca sonhou em ficar deitado por dias sem preocupações? Agora, imagine se essa experiência ainda viesse acompanhada de um pagamento de R$ 31,2 mil. Essa é a proposta do estudo Vivaldi III, conduzido pela Agência Espacial Europeia (ESA), que busca voluntários para passarem 10 dias completamente deitados em uma cama d’água. O objetivo é entender melhor como o corpo humano reage à microgravidade, ajudando tanto na exploração espacial quanto na medicina.

Deitado o tempo todo: como funciona o experimento

A pesquisa acontece na Clínica Espacial Medes, na França, e exige que os participantes permaneçam deitados o tempo todo. Mas não se trata de um simples colchão macio. A experiência envolve uma técnica chamada imersão seca, em que os voluntários flutuam em um líquido sem ficarem molhados, graças a um tecido impermeável que os cobre. Dessa forma, a sensação de ausência de peso se assemelha ao que astronautas sentem no espaço.

Durante os 10 dias, os voluntários precisam manter a posição reclinada sem exceção. As refeições são feitas com o auxílio de uma tábua flutuante e um travesseiro de pescoço. Quando precisam ir ao banheiro, são transferidos para uma maca especial sem deixar a posição deitada. Além disso, eles participam de exames médicos constantes para avaliar os efeitos do repouso prolongado no organismo.

Segundo Ann-Kathrin Vlacil, líder da equipe de ciências aplicadas à exploração humana da ESA, a pesquisa tem um propósito maior do que apenas observar o corpo humano em repouso. “Ao prolongar a duração da imersão seca e compará-la ao repouso inclinado, estamos refinando nosso entendimento de como essas simulações reproduzem a vida no espaço, seus diferentes efeitos fisiológicos e como se complementam”, afirmou.

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Quem pode passar dias deitado e o impacto da pesquisa

Nem todo mundo pode se inscrever para ganhar dinheiro ficando deitado. A ESA impõe critérios rigorosos para selecionar os voluntários. Os candidatos devem ser homens entre 20 e 40 anos, ter altura entre 1,65 m e 1,80 m, boa saúde e um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 20 e 26. Além disso, precisam ser não fumantes, praticar exercícios regularmente e não possuir restrições alimentares ou condições médicas que exijam tratamento.

A pesquisa não se limita a ajudar astronautas. Os cientistas querem entender os impactos da microgravidade, que pode causar perda de massa muscular e óssea. Os dados coletados podem ajudar no desenvolvimento de tratamentos para idosos, pacientes acamados por longos períodos e pessoas com doenças musculoesqueléticas.

Marc-Antoine Custaud, líder das campanhas de repouso e imersão da ESA, reforça que os benefícios vão além da exploração espacial. “Nossas descobertas têm implicações significativas na medicina, especialmente em condições relacionadas ao envelhecimento”, destacou.

As fases anteriores do projeto Vivaldi já incluíram testes de imersão seca por cinco dias com homens e mulheres. Agora, com um período maior de análise, os pesquisadores esperam obter ainda mais informações sobre como o corpo humano reage a longos períodos de repouso forçado.

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Foto: Divulgação/European Space Agency

 

 

 

*texto com informações: O Globo

 

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