Em defesa de Glauber, Boulos cita atropelamento de Gayer
Psolista defendeu correligionário e citou caso do deputado goiano do PL

O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) saiu em defesa do correligionário, o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), após o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovar o parecer pela cassação de Glauber, na última quarta-feira (9).
A declaração em defesa do colega aconteceu durante a sessão no plenário do Conselho de Ética, que garantiu o andamento do processo de cassação do mandato de Braga. O deputado questionou porque apenas Glauber corre o risco de ter o mandato cassado, enquanto outros parlamentares da direita não.
“Qual é o critério, meu Deus do céu? Por que a pistoleira da Carla Zambelli ainda é deputada? Depois de ter maioria do STF para condená-la criminalmente e botá-la na cadeia? Como é que essa mulher é deputada e o Glauber que foi defender a sua e a honra da sua mãe, não?”, disse o deputado, que também citou o caso recente do deputado Gilvan da Federal (PL-ES), que desejou a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na sequência, Boulos completou: “Por que um deputado bolsonarista chamado Gustavo Gayer, que matou uma pessoa e deixou outra paraplégica dirigindo bêbado e foi reincidente, por que o Glauber não vai mais poder estar nesta casa e esse Gustavo Gayer vai? Eu quero ver como é que vão explicar. Nenhum malabarismo retórico vai ser capaz de responder essas perguntas à sociedade brasileira”.
O caso citado por Boulos se refere a um acidente em 2000, em que o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) se envolveu. O parlamentar estava embriagado, e o acidente resultou na morte de duas pessoas, deixando uma terceira paraplégica.
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Cassação de Glauber
Glauber é acusado de agredir um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) e o processo de cassação alega quebra de decoro parlamentar, mas o deputado garante ser vítima de perseguição política. O psolista diz que a punição é desproporcional, considerando outras quebras de decoro na Casa Baixa.
Segundo ele, a perseguição acontece por parte do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em parceria com o relator do processo, o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), após Braga ter denunciado o Orçamento Secreto. A representação contra o deputado foi apresentada pelo partido Novo.