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quinta-feira, 24 de abril de 2025
Pró-anistia

Caiado alega “desproporção” das penas para envolvidos no 8/1

Para ele, Estado não foi constituído para “vingar” e sim para “julgar”. Penas, na visão de Caiado, extrapolam punições para crimes de assassinato

Felipe Cardosopor Felipe Cardoso em 11 de abril de 2025
Caiado foto Foto: Henrique Brinco/O HOJE
Caiado foto Foto: Henrique Brinco/O HOJE

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), saiu, mais uma vez, em defesa da anistia para os envolvidos no ato do dia 8 de janeiro. Em entrevista à revista IstoÉ, o gestor destacou que o governo Lula tem “conivência com o crime” e considerou as penas aplicadas aos envolvidos no ato como “desproporcionais”. 

Segundo Caiado, o Estado “não foi constituído para vingar, ele foi constituído para julgar”. E continuou: “O que se contesta é a desproporção das penas, e que elas deveriam ter sido aplicadas desde a época em que os que clamam por elas hoje destruíram imóveis públicos, como a Câmara dos Deputados, o Ministério da Fazenda, o Itamaraty, o Ministério da Agricultura, o Incra e áreas de pesquisa de propriedade privada”.

Em outro trecho, Caiado afirmou que “[Por outro lado], há uma conivência do governo com o crime no Brasil nos lugares onde se implanta o ‘Abril Vermelho’ [sequência de atos do MST]”, afirmou o pré-candidato à presidência.

Caiado também argumentou que o governo Lula demonstra “conivência” com o crime e não faz nada para tentar mudar o foco da discussão. “Esse [julgamento] 8 janeiro é desproporcional. Uma prisão de 17 anos [para os envolvidos] enquanto se mata e uma pessoa tem pena de 9 anos”, disse. 

Vale lembrar que em meio ao conturbado cenário político, o projeto de anistia para os envolvidos no ataque aos três poderes continua sob alvo de diversas lideranças do Congresso Nacional. O movimento, que visa conceder perdão legal para aqueles que participaram das invasões e depredações no Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso Nacional, divide opiniões e gera intensos debates sobre seus aspectos jurídicos e políticos.

O projeto de anistia surgiu como uma proposta de parlamentares que defendem a ideia de que as pessoas envolvidas no ato de 8 de janeiro devem ser perdoadas [tal qual o governador goiano], alegando que o país precisa seguir em frente e promover a conciliação nacional. Para os defensores da anistia, a medida seria uma forma de evitar mais polarização política e permitir que os envolvidos sejam reintegrados à sociedade.

Leia mais: Caiado afirma que Goiás é exemplo em avanço de livre mercado

No entanto, apesar da defesa do gestor e de uma parte significativa da ala política brasileira, a proposta enfrenta forte resistência de muitos setores da sociedade, especialmente dos defensores da democracia e das instituições. Eles argumentam que conceder anistia aos responsáveis por um ataque tão grave à democracia brasileira seria uma forma de enfraquecer o Estado de Direito e passaria uma mensagem perigosa de impunidade.

Embora o projeto tenha ganhado força em algumas bancadas do Congresso, especialmente entre parlamentares que têm laços com o governo Bolsonaro, a viabilidade de sua aprovação esbarra em questões jurídicas e políticas. O próprio STF já se manifestou contra qualquer tipo de anistia, uma vez que a Constituição Brasileira veda a possibilidade de anistia para crimes de terrorismo e atentados contra a ordem democrática.

Além disso, muitos partidos, incluindo os da base do governo Lula, se mostram contrários à ideia, argumentando que a anistia poderia ser vista como uma forma de relativizar a gravidade dos atos, prejudicando a credibilidade das instituições democráticas.

Mais de 230 

Conforme mostrado pela reportagem do O HOJE, o bloco pró-Bolsonaro na Câmara alega ter conquistado 233 assinaturas a favor da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, mas ainda precisa de mais 24 votos para emplacar o regime de urgência ao projeto. 

O PL, partido do ex-presidente, mobilizou 93% de seus deputados, mas o apoio do centrão segue abaixo do esperado: apenas 43% do PSD, 51% do União Brasil, 53% dos Republicanos e 59% do PP aderiram até agora. A estratégia bolsonarista inclui pressionar governadores aliados – como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Junior (PSD-PR) – para influenciar suas bancadas.

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