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quinta-feira, 17 de abril de 2025
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Insatisfação

MST investe contra Lula por ‘omissão’ em relação à Reforma Agrária

Movimento dos Trabalhadores Sem Terra ocupa superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Goiás

Francisco Costapor Francisco Costa em 11 de abril de 2025
MST foto reprodução
MST foto reprodução

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocupa, desde segunda-feira (7), a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Goiás. A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas “Ocupar para o Brasil Alimentar” e integra mobilizações em todo o País por Reforma Agrária Popular, enfrentando a fome, a desigualdade e a crise climática. Conforme o coordenador nacional do MST, Gilvan Rodrigues Moreira, mesmo no governo Lula (PT), o Incra tem sido moroso.

Conforme a organização estadual, famílias goianas estão acampadas há 8 e 9 anos e aguardam a regularização de territórios consolidados e produtivos. Elas pedem a regularização de áreas ocupadas há quase uma década; a desapropriação de terras de grandes devedores da União; destinação de áreas improdutivas do Banco do Brasil; vistoria e expropriação de fazendas com trabalho escravo; bem como o fortalecimento de políticas de infraestrutura, crédito, assistência técnica, moradia e educação nos assentamentos.

“A Jornada reafirma o compromisso do MST com a produção de alimentos saudáveis, com a educação do campo e a função social da terra. Seguiremos mobilizados até que o Incra e o Governo Federal respondam com medidas concretas”, informa o movimento, em nota.

Coordenação

Em entrevista ao O HOJE, o coordenador nacional do MST, Gilvan Rodrigues Moreira, afirma que a expectativa dos atos é que o Incra saia da morosidade para realizar a reforma agrária. “Mesmo no governo Lula, a reforma agrária está andando a passos lentos. Temos sentido inoperância do Incra nacional e em Goiás.”

Ele revela que, na segunda-feira, o MST entregou a pauta ao superintendente do Incra. A expectativa é de uma reunião com a presença do representante nacional do Instituto. Até o fechamento, não havia atualização sobre este encontro.

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Já acerca da regularização de áreas, Gilvan explica que são sete fazendas em Goiás que estão pendentes. Uma delas é a Fazenda Curral de Pedras – Assentamento Paulo Gomes, em Itapuranga. “A área está em posse do Incra desde 2016, mesmo período que as famílias estão no local e ainda não houve a legalização. Desta forma, elas não têm acesso à infraestrutura, crédito, nada…”

O HOJE procurou o Incra para comentar sobre as pautas do MST, mas não teve retorno até o fechamento.

Jornada

Desde o começo de abril, o MST realiza a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária em todo o País. São 21 ações em 10 estados, que mobilizam cerca de 10 mil famílias que reivindicam o direito à reforma agrária e ao fomento para a produção da agricultura familiar.

As ações seguem até 17 de abril, Dia Internacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária. A data marca os 29 anos do Massacre de Eldorado do Carajás, quando autoridades, a mando do fazendeiro Ricardo Marcondes de Oliveira, deixando 21 trabalhadores Sem Terra assassinados, e 69 pessoas mutiladas, durante uma marcha na BR-155, no Pará.

“Anunciar a Reforma Agrária Popular como alternativa à crise ambiental e climática, como também solucionar os problemas sociais que o nosso país vive, com o nosso lema, ocupar para o Brasil alimentar, compreendendo que através da ocupação de terra, podemos fazer o enfrentamento à concentração de terra no Brasil, mas também produzir comida, comida saudável para o povo brasileiro, comida com preço justo para que todas as pessoas possam ter acesso à alimentação”, afirma Margarida Silva, da direção nacional do MST.

 

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