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quinta-feira, 24 de abril de 2025
Pescados

Goiás se destaca no ranking nacional de produção de tilápia

O cultivo da espécie atingiu 662.230 toneladas em 2024

Eduarda Leãopor Eduarda Leão em 14 de abril de 2025
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| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil

O setor da piscicultura brasileira encerrou o ano de 2024 com resultados expressivos e motivos sólidos para comemorar. De acordo com o Anuário da Piscicultura 2025, divulgado pela Peixe BR, a produção nacional de peixes de cultivo cresceu 9,2% em comparação com o ano anterior, atingindo 968.745 toneladas.

Trata-se do maior volume registrado em uma década, representando um avanço acumulado de 51,8% desde os anos iniciais da série histórica. Com isso, o Brasil consolida sua posição como o quarto maior produtor mundial e avança rumo ao posto atualmente ocupado pelo Egito, terceiro no ranking global.

A principal responsável por esse desempenho foi, mais uma vez, a tilápia. O cultivo da espécie atingiu 662.230 toneladas em 2024, um salto de 14,36% frente às 579.029 toneladas de 2023 e passou a responder por 68,36% da produção total nacional.

Além do mercado interno aquecido, as exportações impulsionaram o crescimento. Uma vez que o Brasil ampliou suas vendas externas em mais de 100% no último ano, com 90% das remessas destinadas aos Estados Unidos. Também houve embarques para o Canadá, países da América do Sul, nações árabes e mercados asiáticos.

Atualmente, o produto brasileiro chega a mais de 40 países, e o país saltou da quarta para a segunda posição no ranking dos maiores exportadores de filé fresco de tilápia para os EUA.

Estado goiano entra no mapa da piscicultura nacional

Apesar de ainda não ocupar as primeiras posições no ranking nacional, Goiás apresentou desempenho relevante e crescente em 2024. Com uma produção total de 30.730 toneladas, o Estado ficou em 11º lugar entre os maiores produtores do país. Desse total, 23.200 toneladas vieram do cultivo de tilápia, o que representa mais de 75% da produção goiana. A produção de espécies nativas somou 7.300 toneladas, enquanto outras espécies responderam por 230 toneladas.

Além disso, o estado entrou no radar das exportações de tilápia, com US$ 165.905 FOB registrados em 2025, segundo o Anuário. O resultado é considerado positivo e sinaliza a capacidade de expansão do setor.

O bom desempenho goiano é favorecido por uma combinação de fatores naturais e logísticos. A localização estratégica, próxima ao Distrito Federal, e o clima propício tornam o ambiente adequado ao cultivo de peixes. Outro ponto forte é a proximidade com regiões produtoras de grãos — como milho e soja —, que reduz os custos com alimentação e logística, insumos que, em 2024, apresentaram preços razoáveis e estáveis, segundo o relatório da Peixe BR.

Entretanto, o crescimento ainda é considerado tímido diante do potencial. O documento da associação aponta entraves estruturais, com destaque para as constantes mudanças na legislação ambiental e a falta de isonomia tributária entre os estados do Centro-Oeste.

“A legislação também é um ponto de atenção, especialmente para os pequenos e médios produtores. Apesar de a grande maioria dos piscicultores goianos estar adequada às regulações ambientais, as frequentes atualizações da lei têm impactado negativamente”, aponta o documento.

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