Ministério da Saúde vai auditar maternidades de Goiânia após denúncia de crise
Maternidade Célia Câmara deixará de atender emergências; Fundahc acumula dívidas e SMS pede apoio federal para manter serviços

O Ministério da Saúde vai auditar as três maternidades públicas de Goiânia — Célia Câmara, Dona Iris e Nascer Cidadão — após denúncias de colapso nos atendimentos e dívidas acumuladas. A medida responde a um ofício da vereadora Aava Santiago (PSDB), encaminhado ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DenaSUS). As unidades são administradas pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que enfrenta crise financeira há mais de um ano, agravada pela falta de repasses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
De acordo com a vereadora, a situação compromete atendimentos eletivos e de urgência, exigindo uma intervenção federal emergencial e a criação de um fundo para garantir insumos e pagamentos. Ela também solicitou o estudo de viabilidade para federalizar as maternidades ou incluí-las no Novo PAC.
A Célia Câmara será a unidade mais afetada. Com o novo plano de trabalho, deixará de receber casos de emergência e passará a atender apenas por regulação. Os pacientes serão redirecionados para as maternidades Dona Iris e Nascer Cidadão. O plano prevê ainda a criação de leitos de UTI adulto e neonatal, além de unidades de cuidados intermediários.
A SMS afirma que já repassou R$ 71 milhões à Fundahc em 2025 e realizou compras emergenciais de insumos para evitar o colapso total. A fundação, por sua vez, diz estar à disposição para apresentar os dados da gestão e reforça que já passa por auditorias regulares do Ministério Público e órgãos de controle.