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quarta-feira, 21 de maio de 2025
Incentivo fiscal

Indústria goiana teme fim dos incentivos fiscais

Extinção dos incentivos fiscais via ICMS pode provocar êxodo de mais de 500 indústrias goianas, afetando arrecadação, empregos e crescimento regional

Anna Salgadopor Anna Salgado em 21 de abril de 2025
Extinção dos incentivos fiscais via ICMS pode provocar êxodo de mais de 500 indústrias goianas, afetando arrecadação, empregos e crescimento regional
Foto: Reprodução

A proposta de reforma tributária em discussão no Congresso Nacional acende um alerta em Goiás: o fim progressivo dos incentivos fiscais pode provocar a saída de centenas de indústrias e comprometer o desenvolvimento econômico estadual. A mudança mais sensível para o setor produtivo goiano é a extinção dos benefícios oferecidos via ICMS, como os programas Produzir e Fomentar, que nos últimos 20 anos foram fundamentais para a interiorização da indústria e a geração de empregos em larga escala.

Com a aprovação do novo modelo tributário, que prevê a unificação de tributos e adoção da cobrança no destino, os estados produtores perdem a capacidade de oferecer atrativos fiscais como forma de compensar desigualdades regionais. Goiás, que não possui grandes centros consumidores, utilizou os incentivos como estratégia para atrair investimentos nos setores farmacêutico, automotivo, alimentício e metalúrgico. Cidades como Anápolis, Aparecida de Goiânia, Itumbiara e Catalão foram beneficiadas diretamente por essa política.

Segundo estudo do Instituto Mauro Borges (IMB), mais de 580 indústrias de médio e grande porte podem deixar o estado nos próximos anos caso os incentivos sejam encerrados sem alternativas viáveis. Essas empresas estão espalhadas por 95 municípios e representam milhares de empregos diretos e indiretos. A estimativa é que a arrecadação do ICMS sofra queda bilionária, impactando investimentos em infraestrutura, saúde e educação.

A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) defende a manutenção dos incentivos até 2032, além da criação de um fundo de compensação robusto. Para a entidade, sem esses mecanismos, o estado perde sua principal ferramenta de atração de investimentos e pode sofrer um processo de desindustrialização. Em nota, a Fieg alerta que “as empresas buscarão estados com maior infraestrutura e acesso a mercados consumidores, como São Paulo e Minas Gerais”.

O governador Ronaldo Caiado também tem cobrado do governo federal e do Congresso Nacional garantias para que a reforma não prejudique estados que apostaram em modelos de incentivo fiscal para se desenvolver. “Sem equilíbrio, a reforma se transforma em retrocesso. Goiás não pode pagar a conta sozinho”, afirmou. A bancada goiana articula emendas ao texto para preservar conquistas históricas do estado.

Leia mais: Reforma Tributária avança e acende alerta em Goiás

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