Anitta quer lançar cosméticos, mas enfrenta bloqueio de fabricante de vermífugo; entenda
Farmoquímica alega que semelhança entre marcas pode confundir o público

A tentativa da cantora Anitta de expandir sua atuação para o mercado de cosméticos enfrenta resistência de três empresas brasileiras. Desde 2022, a equipe da artista tenta registrar no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) a marca “Anitta” para uso em produtos como batons, xampus, desodorantes e outros itens de perfumaria. No entanto, o pedido sofreu oposição formal de concorrentes que alegam semelhança de nomes e risco de confusão entre marcas.
A principal contestação partiu da farmacêutica Farmoquímica, responsável pelo medicamento vermífugo Annita, comercializado há mais de 20 anos no Brasil. A empresa argumenta que detém o direito de uso da marca com grafia próxima à da cantora e que atua no mesmo setor de produtos de higiene e beleza por meio da rede de farmácias Droganita, também de sua propriedade.
Além da Farmoquímica, a Anita Produtos de Perfumaria e Cosméticos e os representantes da marca indiana Neeta também apresentaram oposição ao registro pretendido por Anitta. As três empresas alegam que a similaridade fonética ou visual entre os nomes poderia gerar dúvidas entre os consumidores.
Declaração de Anitta
A assessoria da cantora se manifestou pelas redes sociais após o caso ganhar repercussão na imprensa. Segundo a nota, o registro atual da Farmoquímica se limita ao setor farmacêutico e à grafia específica do medicamento. A equipe de Anitta também afirmou que foi a farmacêutica que, em 2022, tentou registrar a marca com a mesma grafia utilizada pela artista, e para a mesma classe de produtos. A informação, no entanto, não é confirmada nos dados públicos do INPI. O último registro solicitado pela empresa é de 2008, sendo que os mais antigos são de 2004.
No processo administrativo, a Farmoquímica também alega que, por atuar no segmento de perfumaria por meio de sua rede varejista, a semelhança entre os nomes pode configurar concorrência desleal. A empresa, contudo, declarou à imprensa que não há litígio sobre a marca em relação ao medicamento Annita e que a marca está “em plena conformidade com a legislação de propriedade industrial”.

Até o momento, o INPI não se pronunciou sobre o desfecho do caso. O pedido de registro da marca “Anitta” segue em análise, assim como as manifestações contrárias apresentadas pelas três empresas.