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quarta-feira, 14 de maio de 2025
Iluminação Pública

Moradores do Residencial dos Ipês enfrentam constantes quedas de energia

Relatos destacam os prejuízos financeiros causados há cerca de 1 mês

Micael Silvapor Micael Silva em 30 de abril de 2025
Um dos moradores mais antigos da região, criticou duramente a qualidade do serviço prestado pela Equatorial Goiás Foto: Divulgação
Um dos moradores mais antigos da região, criticou duramente a qualidade do serviço prestado pela Equatorial Goiás Foto: Divulgação

Moradores do Residencial dos Ipês, bairro localizado nas proximidades do Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG), têm convivido com quedas frequentes de energia elétrica há cerca de um mês. A situação tem causado transtornos no dia a dia da comunidade, afetando desde o uso de eletrodomésticos até o trabalho remoto de quem depende da internet e de equipamentos eletrônicos.

Na tarde desta terça-feira, 29 de abril, a equipe de reportagem do jornal O Hoje esteve no local e ouviu relatos de moradores sobre os prejuízos causados pela instabilidade no fornecimento de energia.

Durante a visita ao Residencial dos Ipês, um dos moradores mais antigos da região, o servidor público Djalma Araújo, criticou duramente a qualidade do serviço prestado pela Equatorial Goiás, concessionária responsável pelo fornecimento de energia no estado.

“Esse problema de queda de energia não é recente. Isso acontece há anos em Goiânia e em várias partes de Goiás. A Equatorial é considerada uma das piores empresas do Brasil, se não a segunda pior. Vi isso recentemente na imprensa nacional”, afirmou.

De acordo com Djalma, no bairro, especialmente nas ruas Jacarandá e nas proximidades do Bougainville, a situação se agravou nos últimos 15 dias. “A energia tem oscilado por quatro, até oito horas seguidas. Estamos vivendo um apagão recorrente. Tem gente que já perdeu tudo”. De acordo com Djalma, uma moradora da região chegou a registrar um prejuízo de R$ 5 mil, com a queima de eletrodomésticos após sucessivos apagões.

O morador também relaciona o problema à falta de concorrência no setor e cobra providências. “Isso é consequência da privatização desordenada. Privatizaram um serviço essencial, e agora só temos uma empresa. Reclamamos para quem? Queremos energia de qualidade, fornecida de forma permanente. Pagamos nossas contas em dia e exigimos respeito.”

Outro residente afetado pelas quedas de energia é José Sebastião, proprietário de imóveis alugados no setor. Segundo ele, a oscilação no fornecimento tem prejudicado até mesmo a rotina dos inquilinos.

“O maior problema é à noite, quando meus inquilinos chegam, por volta das 10 horas. O portão é eletrônico, e sem energia, não abre. Aí eles ficam chamando: ‘Vem abrir o portão aqui pra mim’. Vira uma dor de cabeça”, contou.

Apesar de ainda não ter perdido nenhum inquilino, o prejuízo com equipamentos já é realidade. José relata que precisou arcar com a substituição do motor do portão eletrônico. “Tive que trocar o motor. Gastei R$ 800. É um prejuízo pra gente. A gente paga caro pelo serviço e não tem qualidade nenhuma”, desabafa.

Sobre o atendimento da empresa, ele afirma que já tentou buscar solução junto à Equatorial, mas as respostas têm sido insatisfatórias. “Sempre que a gente liga, eles dizem que vão vir fazer vistoria. Mas geralmente vêm depois que a energia já voltou. E o problema persiste”, reclamou.

O empresário João Gonçalves, dono de quitinetes na região, também relatou prejuízos com as constantes interrupções no fornecimento de energia. Segundo ele, as quedas têm prejudicado seus  imóveis alugados no setor. “Até ontem, uma moça que morava no meu kitnet pediu para sair. Disse que não ia ficar aqui por causa da falta de energia. Isso tem me prejudicado muito”, contou.

Embora não tenha registrado perdas materiais diretas, João destaca que a falta de estabilidade no serviço traz prejuízos financeiros indiretos. “O maior prejuízo é a falta de energia todos os dias. Quando não falta de manhã, falta à noite. Começa às 8 horas e só volta depois de muito tempo. Isso desanima quem mora aqui”, explicou.

Ele também mencionou uma tentativa recente da empresa de amenizar o problema, mas criticou a demora. “Só ontem à noite colocaram um espaçador novo na rede de energia aqui perto. Antes nem isso tinha. Demoraram para agir e agora a gente tá pagando o preço”, afirmou.

O que diz a Equatorial Goiás

Procurada pela reportagem, a Equatorial Goiás informou, por meio de nota enviada ao jornal, que identificou no sistema que as ocorrências relacionadas à unidade consumidora ‘18419425’ têm origem em vegetação na rede.

“Na próxima semana faremos uma inspeção detalhada, além das inspeções e manutenções já previstas no plano da distribuidora, a fim de entender e mitigar possíveis pontos de defeitos”, diz o informe.

A concessionária destacou ainda a importância da poda preventiva para evitar o contato de galhos com a rede elétrica e lembrou que, em áreas particulares, essa responsabilidade é do proprietário. Já em vias públicas, cabe à prefeitura ser acionada antes que a vegetação interfira na rede.

Segundo a empresa, o trabalho realizado pela distribuidora é chamado de livramento de rede e tem caráter preventivo. Em 2024, foram realizadas cerca de 300 mil podas de árvores em todo o estado, como parte de um plano para garantir a qualidade do fornecimento, especialmente no período de chuvas.

Por fim, a Equatorial reforçou que os consumidores podem registrar ocorrências pelos canais oficiais de atendimento, caso identifiquem vegetação em contato com a rede elétrica.

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