O ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos. Ele estava sob cuidados paliativos após um diagnóstico de câncer de esôfago, que se espalhou para o fígado. Mujica estava em fase terminal da doença, e a confirmação de sua morte foi feita pelo presidente uruguaio, Yamandú Orsi, em uma mensagem oficial.

Em janeiro de 2025, Pepe Mujica tomou a decisão de interromper o tratamento contra o câncer, após o tumor se espalhar. Ele já havia sido submetido a sessões de radioterapia e cirurgias, mas a doença não teve remissão. Segundo sua esposa, Lucía Topolanski, Mujica recebeu cuidados paliativos para controlar a dor durante seus últimos dias. Em mensagens públicas gravadas antes de falecer, o ex-presidente afirmou que aceitava o fim de sua vida com serenidade, dizendo que “o ciclo da minha vida acabou”, reconhecendo o fechamento de uma etapa.

A trajetória política de Pepe Mujica

José Alberto Mujica, nascido em 20 de maio de 1935, em Montevidéu, iniciou sua vida política ainda nos anos 1960, ao se juntar ao movimento guerrilheiro Movimento de Liberação Nacional – Tupamaros. A sua militância política resultou em uma longa prisão, que durou 14 anos, sendo sete deles em confinamento solitário, durante a ditadura uruguaia (1973-1985). Após a redemocratização do país, Pepe Mujica foi libertado e se tornou uma figura central na política uruguaia, fundando a Frente Ampla, um dos principais partidos políticos do país.

Mujica também ocupou cargos de destaque no governo uruguaio, como o de ministro da Agricultura e, mais tarde, presidente do país entre 2010 e 2015. Durante seu mandato, foram implementadas reformas importantes, incluindo a legalização da maconha, do aborto e do casamento igualitário, que marcaram sua presidência como uma das mais progressistas da história do país.

Além das reformas significativas durante seu governo, Pepe Mujica era conhecido por sua postura simples e austera. Ele foi apelidado de “presidente mais pobre do mundo” devido ao estilo de vida modesto que adotou, rejeitando o luxo e doando grande parte de seu salário para instituições de caridade. Embora o ex-presidente tenha refutado esse título, ele usava sua figura pública para reforçar seu compromisso com a justiça social e a redução das desigualdades.

Após deixar a presidência, Mujica continuou a influenciar a política uruguaia e internacional. Entre 2015 e 2020, ele permaneceu no Senado e, em 2024, deu seu apoio a seu afilhado político Yamandú Orsi, que foi eleito presidente do Uruguai.

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