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Recorde

Estado registra R$ 2.059 de rendimento per capita em 2024

Goiás supera média nacional pela segunda vez consecutiva; desigualdade cai e poder de compra melhora entre os mais pobres

Anna Salgadopor Anna Salgado em 15 de maio de 2025
Goiás supera média nacional pela segunda vez consecutiva; desigualdade cai e poder de compra melhora entre os mais pobresGoiás supera média nacional pela segunda vez consecutiva; desigualdade cai e poder de compra melhora entre os mais pobres
Foto: Roberto Parizotti

Goiás alcançou, em 2024, o maior rendimento domiciliar per capita desde o início da série histórica da PNAD Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 2012. O valor médio mensal por pessoa nos domicílios goianos chegou a R$ 2.059, superando a média nacional, que ficou em R$ 2.020. Essa é a segunda vez consecutiva em que o estado registra rendimento superior ao do Brasil como um todo.

Também foi registrado o maior valor da série histórica no rendimento médio mensal de todas as fontes, que chegou a R$ 3.118 em Goiás. O levantamento considera salários, aposentadorias, benefícios sociais e outras formas de receita que entram nos lares. Ao todo, a soma dos rendimentos recebidos pela população goiana em 2023 foi de R$ 58,6 bilhões, crescimento de 7,5% em relação ao ano anterior.

Segundo o IBGE, a elevação da renda média está relacionada a fatores como o aumento no número de pessoas ocupadas, o reajuste real do salário mínimo e a ampliação das políticas públicas de transferência de renda. O crescimento econômico e a formalização de postos de trabalho também são apontados como contribuições relevantes para o resultado.

Outro dado positivo é a queda na proporção de domicílios com rendimento per capita inferior a um quarto do salário mínimo. No Estado, esse percentual passou de 9,3% em 2018 para 6,2% em 2023, o que indica uma melhora nas condições de vida das famílias em situação de maior vulnerabilidade social.

 

Cenário nacional

No plano nacional, o rendimento médio real da população brasileira atingiu R$ 3.057 em 2023, maior valor dos últimos 12 anos. O rendimento domiciliar per capita também foi o maior já registrado pela pesquisa, com crescimento real de 4,7% em comparação a 2022.

A desigualdade de renda também apresentou recuo. O Índice de Gini, que mede a concentração de renda e varia de 0 (igualdade total) a 1 (máxima desigualdade), caiu de 0,518 para 0,506 entre 2022 e 2023 e atingiu o menor valor desde que a PNAD Contínua começou a ser aplicada. A queda é atribuída, sobretudo, ao crescimento mais acelerado da renda entre os 40% mais pobres da população.

Em meio aos dados estatísticos, histórias como a de Maria Ivanete, auxiliar de serviços gerais em Aparecida de Goiânia, ajudam a ilustrar o impacto concreto dessas transformações. “Antes era tudo contado. Agora, com carteira assinada e um salário melhor, consigo pagar as contas em dia e até juntar um pouquinho. Não é luxo, mas é dignidade”, relata. Ela, que sustenta dois filhos, diz que percebe melhora no poder de compra e na estabilidade da rotina familiar.

O rendimento domiciliar per capita médio no Centro-Oeste foi de R$ 2.435, o mais alto entre as regiões brasileiras. Goiás se destacou ao apresentar valores superiores aos de diversas unidades da federação, especialmente do Norte e Nordeste, e se aproximar dos indicadores de estados mais desenvolvidos do Sudeste.

Apesar dos avanços, o levantamento mostra que a desigualdade ainda persiste entre diferentes grupos populacionais. Em média, pretos e pardos continuam com rendimentos significativamente inferiores aos de pessoas brancas. A desigualdade de gênero também permanece: homens seguem recebendo mais que mulheres, ainda que os indicadores tenham apresentado leve melhora.

A pesquisa revela, no entanto, que o País caminha para um cenário de maior equilíbrio. A melhora no rendimento domiciliar, associada à redução da desigualdade, sinaliza uma retomada do poder de compra da população e a possibilidade de avanços nas condições sociais e econômicas, tanto em Goiás quanto no restante do Brasil.

Leia mais: Detran-GO leiloa 700 veículos em Goiânia no dia 22 de maio

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