Com projetos frustrados, PSD goiano enfrenta desafios pela sobrevivência
“Se for verdade que eles pretendem sair do partido, eu lamento, mas respeito”, diz Vanderlan sobre suposto desembarque de Vilmar Rocha e Francisco Jr.
O Partido Social Democrático (PSD) enfrenta desafios pela sobrevivência política em Goiás. Com projetos frustrados na última eleição municipal, há sinais de dissidências das suas principais lideranças. Do mesmo modo, as derrotas eleitorais de nomes históricos da sigla como Vilmar Rocha e Francisco Júnior, os colocou em uma possível rota de filiação ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Uma vez que querem compor o partido do vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB), que é o pré-candidato ao governo do estado mais bem avaliado nas pesquisas de intenção de votos.
O atual presidente do PSD e senador da República, Vanderlan Cardoso, afirmou em exclusivo ao Jornal O Hoje que: “O que alguns chamam de “crise” é, na verdade, o incômodo natural que a organização causa em quem se acostumou com a monotonia de um partido que estava apático e sem expressão”. E continua: “Quando assumimos o PSD Goiás, encontramos apenas 39 comissões provisórias ativas e uma série de pendências financeiras e administrativas. Hoje, são 159 comissões regularizadas e cerca de R$ 500 mil em dívidas da gestão anterior quitadas, com meu próprio recurso, e não com fundo partidário. Tudo com documentação e transparência”.
Vanderlan apontou que isso não é crise. “É trabalho. É a reestruturação para transformar o PSD de Goiás em um partido forte, como já é no cenário nacional. Deixamos de ser uma legenda de aluguel para construir uma sigla com identidade, base e independência”, disse. “O PSD nunca foi tão aberto ao diálogo como agora. Tanto eu, no diretório estadual, quanto o deputado Ismael Alexandrino, em Goiânia, sempre mantivemos as portas abertas para todas as demandas que chegavam. Atendemos a todos que quiseram contribuir de forma séria e construtiva”, informou.
Leia mais: Fim da obrigação sindical mostra que trabalhadores não se sentem representados
“O PSD segue crescendo com cada vez mais lideranças nos municípios, mais vice-prefeitos, vereadores e filiados comprometidos com o futuro do país. O partido que estamos construindo não é para quem busca atalhos, mas para quem quer caminhar junto com responsabilidade e propósito. Se for verdade que eles pretendem sair do partido, eu lamento, mas respeito”, finalizou.
Composição para 2026
Na mesma movimentação de Ronaldo Caiado (União Brasil), Vilela busca aglutinar lideranças para efetivar a sua candidatura para 2026. No sentido oposto, Vilmar e Franscisco buscam uma estrutura partidária que seja capaz de alavancar os seus nomes. Desse modo, na medida que a base caiadista se tornou uma disposição que se agigantou, tem sido visto como um espaço de oportunidades para lideranças que não conquistaram o pleito nas eleições. E, segundo uma visão crítica que paira no cenário goiano, as oposições têm sofrido severamente com tal posicionamento.
Mesmo que o PSD esteja na composição da base de Caiado, uma maior proximidade com o herdeiro político do atual governador pode render melhores resultados em 2026. A relação descrita se trata de uma reconfiguração da conjuntura política do estado, que pode testemunhar a perda de figuras tradicionais dentro do PSD. Apesar de ser uma das principais siglas no Brasil, o PSD tem visto sua influência diminuir em Goiás. Sob a liderança de Vanderlan, a legenda conseguiu eleger somente três prefeitos no último pleito e já sofreu a deserção de um deles, sinalizando um possível desgaste ainda maior nos próximos meses.
De acordo com informações dos bastidores, a crise se intensificou devido ao modelo de comando adotado por seu atual líder e pelo deputado federal Ismael Alexandrino, que, de acordo com fontes internas, restringiram a participação de outros líderes na tomada de decisões. Essa condução provocou insatisfação em nomes históricos da legenda, como Vilmar Rocha e Francisco Júnior.