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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
2026

Mesmo que o MDB fique com Lula, Goiás será dissidente

Daniel Vilela defende candidatura de Caiado à presidência e já disse que rejeita apoio ao petista

Francisco Costapor Francisco Costa em 20 de maio de 2025
Daniel Vilela (MDB) Fotos: André Costa
Daniel Vilela (MDB) Fotos: André Costa

O MDB é um dos partidos mais tradicionais do País e sempre esteve de alguma forma ligado aos governos do PT. Hoje, a legenda ocupa três ministérios e uma das ministras do partido, Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), defende a manutenção dessa parceria com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em Goiás, a tendência é contrária. De fato, existe um racha na legenda não só em território goiano.

O vice-governador e presidente estadual do MDB goiano, Daniel Vilela, é pré-candidato ao governo e cabo eleitoral do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que colocou o nome à disposição para disputar a presidência da República. No Estado, dificilmente a sigla daria qualquer palanque para Lula. 

Enquanto Tebet e os ministros Renan Filho (Transportes) e Jader Filho (Cidades) querem a continuidade, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), deixam claro a preferência por voos em outras direções. Ambos estão ligados ao bolsonarismo. 

Uma das maiores lideranças do partido, o ex-presidente Michel Temer (MDB) defende uma união da centro-direita entre os cinco governadores pré-candidatos à presidência como uma alternativa ao lulismo e bolsonarismo. São eles: Ronaldo Caiado (União Brasil), Ratinho Júnior (PSD-PR), Eduardo Leite (PSD-RS), Romeu Zema (Novo-MG) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

Dados recentes da pesquisa Genial/Quaest revelam que um a cada três eleitores está no grupo dos “nem, nem”. Ou seja, dizem não votar nem no presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nem no ex-presidente Bolsonaro. Eles não se veem representados na polarização.

“É importante que a chamada centro-direita tenha um programa. Nas conversas que eu tive com os governadores, vejo que eles estão muito interessados. São cinco governadores; se saírem cinco candidatos, e apenas um do outro lado (Lula), é claro que o candidato do outro lado terá uma vantagem extraordinária”, disse Temer ao programa Canal Livre, da Band.

Manutenção

Tebet disse à CNN que defende a manutenção do partido com o PT em 2026. “Eu entendo que o MDB, até por coerência, pois tem três ministérios, esteja no palanque do presidente Lula em 2026.” 

Presidente nacional da sigla, o deputado federal Baleia Rossi, no fim do ano passado, já havia dado bons sinais, também, ao petismo. Ao ser questionado se o partido queria mais espaço, ele demonstrou satisfação com a condição atual. “O MDB tem uma relação colaborativa, propositiva com o governo federal. Temos três ministros que honram o nosso partido, tanto o Renan Filho, nos Transportes; como Jader Filho, nas Cidades; e a Simone Tebet, na pasta do Planejamento. Nós não vamos reivindicar nenhum espaço mais no governo federal.”

Hoje, o MDB é o segundo partido em número de prefeituras do País. São mais de 850, governando cerca de 37 milhões de brasileiros. Como mencionado, membros da sigla fazem gestos de que gostariam de estar em outro projeto, no próximo pleito presidencial. Contudo, o presidente Lula vai trabalhar para amarrar essa situação. 

Conforme divulgado pela coluna Xadrez, de Wilson Silvestre, o presidente tenta “cercar” o MDB (e também o PSD), inclusive oferecendo a vice – e abrindo ministérios ao PSD. Nesse caso, o PT também não lançaria candidato ao governo onde estas legendas teriam bons nomes. 

Em Goiás, caso essa parceria seja firmada nacionalmente, haverá dissidência. O MDB não é um, mas vários partidos em sua essência. Ou seja, mesmo que Lula consiga o partido, não garante o todo. 

Vale lembrar que, ainda em março, Daniel já tinha rejeitado a possibilidade de apoio a Lula. Ao defender o nome de Caiado ao Planalto, ele criticou o petista e falou em “política que não representa mais nenhum anseio da população. Uma agenda ultrapassada, que não consegue dialogar e conversar com a sociedade brasileira atual. Isso é o grande fato que nos coloca numa condição de ter o governador sendo alguém com um potencial muito grande, na minha visão”.

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